Time de resgate na Indonésia: formação de gelo pode ter danificado os motores do avião da AirAsia (Darren Whiteside/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2015 às 08h30.
O clima foi o "fator desencadeante" do acidente de avião da AirAsia, prejudicando os motores pela formação de gelo, afirmou a agência de meteorologia indonésia, enquanto as equipes de buscas continuavam os trabalhos neste domingo.
As equipes de resgate continuam tentando recuperar os corpos de mais vítimas e outros destroços da aeronave, sobretudo as caixas pretas do Airbus A320-200.
A aeronave transportava 162 pessoas a bordo e caiu no mar de Java no dia 28 de dezembro, depois de enfrentar muitas nuvens depois da decolagem na cidade indonésia de Surabaya, em direção a Cingapura.
"Com base nos dados de que dispomos, juntamente com localização e o último contato com a aeronave, o clima foi o fator desencadeante do acidente", afirmou a agência em seu site na internet.
"O fenômeno meteorológico mais provável é a formação de gelo, que pode danificar os motores por um processo de esfriamento. Trata-se simplesmente de uma das eventualidades, baseada na análise dos dados meteorológicos existentes", acrescenta a agência.
O piloto pediu para ganhar altitude a fim de evitar as tempestades, mas não recebeu imediatamente a autorização por causa do intenso tráfego aéreo que havia nesse momento. Pouco depois, a aeronave desapareceu das telas dos radares.
Cinco partes grandes do avião foram encontradas nas áreas de busca no mar de Java, na costa da ilha de Bornéu. As buscas, das quais participam Estados Unidos, Rússia e França, foram dificultadas pelas condições meteorológicas.
Aproveitando uma rápida melhora do tempo, os mergulhadores submergiram a trinta metros de profundidade, onde está a maior parte da fuselagem, e acharam neste domingo mais um corpo, em um total de 31 vítimas encontradas até o momento.
Buscas dificultadas
De acordo com Bambang Soelistyo, diretor da Agência Indonésia de Busca e Resgate, as fortes chuvas e as grandes ondas têm atrasado as operações, que voltaram a ser suspensas depois de terem encontrado o corpo. Afirmou também que se pretende usar um veículo submarino teleguiado.
Anteriormente, o funcionário das operações de resgate, S.B. Supriyadi, havia dito que o objetivo era "acelerar a retirada de corpos que podem estar no interior do avião".
As autoridades indonésias não podem ainda precisar a que partes do avião correspondem os cinco grandes destroços recuperados até agora, mas um deles pode ser parte da cauda, de acordo com uma infografia entregue aos jornalistas.
As autoridades anunciaram por outro lado que serão investigadas as "infrações" cometidas pela companhia AirAsia, pois suspeita-se que o avião usou um corredor aéreo sem autorização. Entretanto, as autoridades da aviação civil de Cingapura afirmam que a companhia recebeu a autorização para efetuar o voo.
Sunu Wydyatmoko, presidente da AirAsia Indonésia, declarou aos jornalistas que a companhia não realizará nenhum comentário até que a investigação seja finalizada.
O Airbus A320-200 que caiu no mar era explorado pela AirAsia Indonésia, uma filial da companhia AirAsia da Malásia, eleva para três o número de catástrofes fatais para a aviação do país em 2014, depois das duas quedas de aviões da Malaysia Airlines (voos MH370 e MH17).
Os familiares das vítimas se preparam para novos enterros em Surabaya, de onde partiu o avião. Na cidade, foi instalado um centro de crise para a identificação dos corpos.
A bordo do avião da AirAsia estavam 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um malásio, um cingapurense e o co-piloto francês.