No Ártico, tamanho ficou 8% abaixo da média para o mês de fevereiro (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 6 de março de 2025 às 08h52.
A extensão global do gelo marinho atingiu um novo mínimo histórico no início de fevereiro de 2025, ficando durante todo o mês abaixo do recorde anterior, registrado no mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 6, pelo Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas, da União Europeia.
No Ártico, a extensão do gelo marinho ficou 8% abaixo da média para fevereiro, atingindo o menor nível já registrado no mês. A redução ocorre justamente no período em que a cobertura de gelo costuma estar próxima do seu máximo anual.
Na Antártica, o gelo marinho registrou a quarta menor extensão mensal para fevereiro, ficando 26% abaixo da média. Se não houver um novo recorde em março, esse será o segundo menor nível já registrado em qualquer mês na região.
O levantamento do Copernicus também revelou que a temperatura média global do ar na superfície foi de 13,36°C em fevereiro, ficando 0,63°C acima da média para o período entre 1991 e 2020. Esse foi o terceiro fevereiro mais quente já registrado.
Quando comparado ao período pré-industrial (1850-1900), o mês ficou 1,59°C acima da média histórica. Esse foi o 19º mês, dos últimos 20, em que a temperatura global ultrapassou a marca de 1,5°C acima do nível pré-industrial.
"A consequência de um mundo mais quente é o derretimento do gelo marinho", explica Samantha Burgess, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF). "O recorde ou quase recorde de baixa cobertura de gelo marinho nos polos empurrou a extensão global para um mínimo histórico."
A temperatura média da superfície do mar em fevereiro foi de 20,88°C, considerando as zonas temperadas e intertropical, a cerca de 10 metros de profundidade. Esse é o segundo maior valor já registrado para o mês, apenas 0,18°C abaixo do recorde estabelecido em fevereiro de 2024.
O relatório do Copernicus também apontou que, no segundo mês de 2025, a Europa registrou chuvas abaixo da média, com índices de umidade do solo reduzidos em grande parte da Europa Central, Oriental, Sudeste da Espanha e Turquia.
O tempo também esteve mais seco do que a média na América do Norte, Sul e na maior parte da Austrália e Ásia. Na Argentina, a estiagem contribuiu para o aumento dos incêndios florestais.
Os dados reforçam um padrão de mudanças climáticas extremas, com impacto global na cobertura de gelo, temperatura e disponibilidade hídrica.