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Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 17h03.
Oslo - A área de gelo do Oceano Ártico apresentou um encolhimento recorde, superando o mínimo anterior de 2007, em um sinal de como a mudança climática está transformando a região, de acordo com algumas estimativas científicas.
"Atingimos a área mínima de gelo hoje (quinta-feira). Nunca se mediu menos do que agora", disse à Reuters Ola Johannessen, diretor fundador do Nansen Environmental and Remote Sensing Center, na Noruega. "Está abaixo do mínimo de 2007."
No entanto, o National Snow and Ice Data Center (NSIDC), dos Estados Unidos, considerado por muitos a principal autoridade com relação ao gelo marinho, projetou que o recorde de extensão mínima de 2007 deverá ser quebrado na semana que vem. A redução registrada no verão em geral continua em setembro.
Outros cientistas que monitoram o gelo interpretam os dados de satélite de formas ligeiramente diferentes.
Um painel sobre o gelo compilado pelo Instituto Dinamarquês de Meteorologia (DMI, na sigla em inglês) mostrou que a extensão de gelo encolheu um pouquinho a mais que o mínimo de 2007. O DMI informou que discordaria do NSIDC para julgar quando o recorde foi batido.
O gelo tem encolhido constantemente nas últimas décadas no Ártico, ameaçando o sustento das pessoas nativas e a vida selvagem. A mudança também tem ajudado a abrir uma área rica em petróleo e gás e traz a promessa de rotas marítimas novas e mais curtas.
"Isso se deve à mudança climática", disse Nicolai Kliem, chefe do serviço de gelo do DMI, sobre o declínio do gelo no verão no longo prazo. Cientistas calculam que o gelo marinho no verão poderá desaparecer por completo nas próximas décadas.
O recuo do gelo pode estar se autoalimentando. O gelo reflete a luz solar de volta ao espaço e, à medida que encolhe, expõe a água escura que absorve mais calor, acelerando o derretimento.