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Geithner diz não esperar volta da recessão

"Levará tempo para consertar os prejuízos, tempo para sair dessa", diz Geithner

Secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, fala sobre a reforma financeira em Washington.  (.)

Secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, fala sobre a reforma financeira em Washington. (.)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2010 às 16h03.

 

 

WASHINGTON (Reuters) - A economia norte-americana não deve voltar à recessão, mas eliminar o corte de impostos para os mais ricos é necessário para mostrar o compromisso do país com a redução do déficit orçamentário, disse neste domingo o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.

Participando de diversos programas de televisão de domingo, Geithner disse que apenas 2 a 3 por cento dos norte-americanos --aqueles que ganham 250 mil dólares ou mais por ano-- serão afetados quando o corte de impostos instituído pelo ex-presidente George W. Bush vencer no final deste ano.

Os republicanos querem estender os cortes de impostos e os democratas estão divididos, mas Geithner disse que as reduções para aqueles que mais lucram devem terminar.

"Achamos que é a coisa responsável a se fazer porque precisamos garantir que podemos mostrar ao mundo que estamos dispostos como um país a começar a fazer progresso na diminuição de nossos déficits de longo prazo", disse ele no programa "This Week" da rede de televisão norte-americana ABC.

Geithner rejeitou os receios de que uma recuperação lenta poderia levar a mais uma recessão. Ele disse ao programa "Meet the Press" da rede NBC que não esperava que isso acontecesse, apesar de que a recuperação da forte recessão que seguiu a crise financeira de 2008-2009 será prolongada.

FORTALECIMENTO AOS POUCOS

"Eu acho que a coisa mais provável é se ver uma economia que gradualmente se fortaleça nos próximos um ou dois anos, você vai ver o crescimento do emprego começar a voltar, expansão de investimentos... mas nós temos um longo caminho a ir com calma", disse ele.

Segundo Geithner, o governo Barack Obama quer que o Congresso aprove medidas para ajudar pequenas empresas, tradicionalmente as principais criadoras de empregos. Ele disse que havia sinais de fortalecimento na contratação em setores privados "críticos".  

"Queremos ver isso acontecer em um ritmo mais rápido, mas achamos que a maioria das pessoas compreende que... essa foi uma crise profunda", disse ele. "Levará tempo para consertar os prejuízos, tempo para sair dessa."

Ele disse que a reforma nas regras do sistema financeiro norte-americano aprovada na semana passada deveria aumentar a confiança na economia, dando aos consumidores novas proteções e mais poder ao governo para restringir a tomada de riscos por parte dos bancos.

Geithner disse que nenhuma reforma pode afastar crises futuras, mas pode diminuir seus danos. Se as reformas que agora foram transformadas em lei, incluindo poderes para fechar gradualmente empresas financeiras em dificuldades, tivessem sido feitas antes da crise, o prejuízo para empregos e fortunas poderia ter sido menor, disse ele.

Na NBC, Geithner disse que havia muito trabalho pela frente para restaurar o sistema imobiliário financeiro, que contribuiu para a crise e deixou as gigantes Fannie Mae e Freddie Mac sob plano de reabilitação do governo.

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