Redução do gasto das família se deve basicamente à forte queda nas vendas de automóveis (Koji Watanabe/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 07h53.
Tóquio - O gasto das famílias japonesas caiu 3,3% no mês passado, em comparação com dezembro de 2009, segundo informou hoje o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão. A queda foi maior que a previsão dos economistas, que esperavam recuo de 0,6%. Também foi bem maior que o recuo de 0,4% registrado em novembro.
Em mais um sinal de que os consumidores continuaram hesitantes em gastar, as vendas no varejo caíram 2% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2009, de acordo com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria. A redução se deve basicamente à forte queda nas vendas de automóveis, que recuaram 24,1% no mesmo período, um mês após o fim dos incentivos governamentais à compra de carros.
As vendas dos grandes varejistas recuou 1,8% em relação a um ano antes, após um ajuste para a mudança no número de lojas. Em conjunto, os dados são o sinal mais recente de que a economia do Japão dependerá em grande parte da exportação para impulsionar o crescimento.
Inflação
O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Japão caiu 0,4% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2009, informou o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações. Embora seja ligeiramente melhor que a deflação de 0,5% prevista pelos economistas, o resultado marca o 22º recuo mensal consecutivo. O núcleo do índice, que exclui preços voláteis como os dos alimentos frescos, havia caído 0,5% em novembro.
A ligeira amenização das quedas de preço decorre do aumento dos preços da energia, o que, segundo os economistas, tem apenas o efeito de deprimir os gastos individuais no futuro. A elevação dos preços de energia e recursos naturais, se forem refletidos nos bens de consumo, "pode levar as pessoas a reduzir o consumo quando as circunstâncias que cercam as famílias já são severas", disse Atsushi Matsumoto, economista do Mizuho Research Institute.
Segundo Matsumoto, será difícil para o Japão sair da deflação no próximo ano fiscal, que começa em abril, a despeito de o governo do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, ter fixado esse prazo como meta.
Desemprego
A taxa de desemprego do Japão diminuiu para 4,9% em dezembro, ante os 5,1% do mês anterior. Apesar da queda, a relação entre vagas e candidatos, um dado acompanhado de perto, ficou inalterada em 0,57. Esse número, que indica haver apenas 57 vagas para cada 100 candidatos a emprego, mostra que as empresas ainda não aumentaram as contratações, a despeito do crescimento dos lucros.
"A taxa de desemprego mostrou alguma melhora, mas precisamos continuar muito cautelosos, porque ela ainda está perto de 5%", disse um representante do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações. As informações são da Dow Jones.