CARBIS BAY, CORNWALL - JUNE 11: (L-R) Canadian Prime Minister Justin Trudeau, President of the European Council Charles Michel, US President Joe Biden, Japanese Prime Minister Yoshihide Suga, British Prime Minister Boris Johnson, Italian Prime Minister Mario Draghi, French President Emmanuel Macron, President of the European Commission Ursula von der Leyen and German Chancellor Angela Merkel, pose for the Leaders official welcome and family photo during the G7 Summit In Carbis Bay, on June 11, 2021 in Carbis Bay, Cornwall. UK Prime Minister, Boris Johnson, hosts leaders from the USA, Japan, Germany, France, Italy and Canada at the G7 Summit. This year the UK has invited India, South Africa, and South Korea to attend the Leaders' Summit as guest countries as well as the EU. (Photo by Leon Neal - WPA Pool/Getty Images) (Photo by Leon Neal - WPA Pool/Getty Images)
AFP
Publicado em 13 de maio de 2022 às 13h45.
O G7 prometeu, nesta sexta-feira, 13, apoiar a Ucrânia "até a vitória" contra a Rússia, denunciada por crimes de guerra.
O Reino Unido defendeu o envio de "mais armas" para a Ucrânia e a adoção de novas sanções contra a Rússia, em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 no norte da Alemanha.
E a França expressou apoio unânime à Ucrânia por parte do clube de potências formado por Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão.
"Vamos continuar apoiando de maneira permanente o combate da Ucrânia por sua soberania, até a vitória", declarou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.
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Durante a reunião, a União Europeia (UE) anunciou que vai conceder mais 500 milhões de euros (cerca de 520 milhões de dólares) de ajuda militar à Ucrânia, com os quais a contribuição total do bloco "se elevará para 2 bilhões de euros".
Em visita ao Tadjiquistão, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou a UE de ter se tornado um ator "agressivo e belicoso" no conflito na Ucrânia, seguindo "o caminho da Otan".
Os ministros do G7 receberão no sábado o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, e o moldavo, Nicu Popescu, cuja pequena ex-república soviética teme que as tropas de Moscou entrem na região separatista pró-russa da Transnístria.
Na mesa do G7 estão em discussão as sanções contra a Rússia e as perturbações nas entregas de gás russo para a Europa, cuja dependência energética de Moscou até agora impediu a aprovação de um veto total às importações de hidrocarbonetos russos.
"Se o pacote for adotado sem um embargo ao petróleo, acho que o presidente (russo) Vladimir Putin fará uma festa" porque a unidade da União Europeia "será quebrada", enfatizou Kuleba.
Em uma nova onda de sanções em retaliação à invasão da Ucrânia, o Reino Unido planeja punir outras 12 pessoas, incluindo parentes de Putin.
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A Rússia enfrenta uma enxurrada de acusações por supostos crimes de guerra na Ucrânia, desde transferências forçadas para campos de interrogatório até assassinatos de civis desarmados.
As emissoras americana CNN e britânica BBC transmitiram na quinta-feira imagens de câmeras de segurança mostrando dois civis ucranianos desarmados baleados por trás por soldados russos perto de Kiev em 16 de março.
Nas imagens, os soldados revistam os homens, voltam atrás e atiram. A Ucrânia lançou uma investigação de crimes de guerra após essa publicação, cujo conteúdo não pôde ser verificado de forma independente pela AFP.
O vídeo se soma a muitos outros relatos de testemunhas das atrocidades cometidas pelas tropas russas.
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A Promotoria de Kharkiv (leste) e testemunhas consultadas pela AFP acusaram as forças russas na quinta-feira de terem disparado contra uma casa em 27 de março, matando várias pessoas.
Ontem, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou, por ampla maioria, uma investigação das supostas atrocidades cometidas pelas tropas russas, que também são objeto de investigações do Tribunal Penal Internacional e da Justiça ucraniana.
Os Estados Unidos, por sua vez, denunciaram que as tropas russas estão transferindo "à força" "vários milhares" de ucranianos para "campos de interrogatório", onde foram submetidos a um tratamento "brutal".
Além disso, Moscou teria deslocado "várias dezenas de milhares" de ucranianos "para a Rússia ou para territórios controlados pela Rússia", segundo o embaixador dos EUA na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Carpenter.
As autoridades ucranianas estimam o número de deportados por Moscou em 1,2 milhão. Mas o total de deslocados pelo conflito, que começou em 24 de fevereiro, é muito maior.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o número de exilados já ultrapassa os seis milhões, embora o fluxo tenha diminuído nas últimas semanas.
Muitos também retornaram, mas o saldo global continua negativo, com 1,56 milhão de retornados.
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Além disso, segundo a ONU, mais de oito milhões estavam deslocados internamente na Ucrânia, que tinha 37 milhões de habitantes antes do conflito, sem contar a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e as áreas do Donbass controladas pelos separatistas pró-russos.
Depois de terem tentado tomar Kiev, as tropas russas retiraram-se dos arredores da capital e do norte, abrindo caminho para o regresso de muitos habitantes e a reabertura dos negócios.
Desde o início da ofensiva russa, o setor de alta tecnologia ucraniano teve que se adaptar, para se tornar um dos pulmões econômicos do país e um dos principais apoiadores do esforço de guerra.
Durante o encontro com seus homólogos na Alemanha, Kuleba pediu aos países do G7 que confisquem bens russos que servirão para reconstruir seu país.
Mais uma vez justificando sua ofensiva, Putin insistiu nesta sexta ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, na "ideologia nazista" das autoridades ucranianas.
Por Isabelle LE PAGE, con Patrick FORT (AFP)