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G-20 diverge sobre termos de mudança climática antes de reunião

Economia de carbono circular provoca certo ceticismo, já que um ciclo de produção totalmente autossuficiente é virtualmente impossível

Mudanças climáticas: economia de carbono circular pode permitir que a Arábia Saudita desvie o foco da redução do uso de combustíveis fósseis (Chris Conway/Getty Images)

Mudanças climáticas: economia de carbono circular pode permitir que a Arábia Saudita desvie o foco da redução do uso de combustíveis fósseis (Chris Conway/Getty Images)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 11h45.

Líderes europeus resistem em apoiar um polêmico plano climático proposto pela Arábia Saudita, que visa reduzir as emissões enquanto captura e reutiliza gases de efeito estufa produzidos pela queima de hidrocarbonetos.

O G-20 avalia se deve dizer que “endossa” a chamada economia de carbono circular (CCE, na sigla em inglês), de acordo com autoridades a par das negociações, bem como segundo uma versão preliminar da declaração do G-20 vista pela Bloomberg News. A redação final pode mudar antes da reunião virtual dos líderes neste fim de semana, que é organizada pela Arábia Saudita.

Os governos da União Europeia resistem em usar a palavra “endossar”. Em vez disso, preferem reconhecer a contribuição da captura de carbono para a ação climática, deixando claro que isso não é suficiente, de acordo com uma autoridade, que pediu para não ser identificada.

A abordagem da economia de carbono circular provoca certo ceticismo. Tornar um ciclo de produção totalmente autossuficiente é virtualmente impossível: algum novo insumo sempre será necessário e algum desperdício sempre será gerado. O desenvolvimento de uma economia circular também pode exigir altos custos iniciais. Os ministros de Energia do G-20 endossaram um comunicado com linguagem semelhante em setembro.

Segundo uma autoridade europeia, uma das opiniões é que a economia de carbono circular pode permitir que a Arábia Saudita - o maior exportador de petróleo do mundo - desvie o foco da redução do uso de combustíveis fósseis. As autoridades esperavam que alguma linguagem relacionada a isso fosse incluída no comunicado final, mas disseram que a decisão sinalizaria que a prioridade seria reduzir as emissões.

Outro diplomata europeu disse que a declaração dos líderes no formato atual é pouco ambiciosa, especialmente em termos de clima e comércio, e representaria um passo atrás.

O documento preliminar, que tem nove páginas, diz que a economia de carbono circular “é uma abordagem voluntária, holística, integrada, inclusiva, pragmática e complementar para promover o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, melhorar a gestão ambiental por meio do gerenciamento de emissões em todos os setores, que inclui, mas não se limita, a energia, indústria, mobilidade e alimentos”.

A seção sobre a economia de carbono circular ainda está destacada, o que significa que continua sendo uma questão em aberto e ainda pode ser alterada.

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