Alagamento: as autoridades indicaram que os ventos atingiram 150 km/h em Havana (Stringer/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 09h03.
Os moradores de Havana passaram o domingo (10) debaixo d'água, após a passagem do furacão Irma, que provocou cortes de energia elétrica e obrigou a evacuação de mais de um milhão de pessoas.
As ondas castigaram a costa da capital cubana, depois que o furacão castigou o litoral norte de Cuba, em sua trajetória rumo à Flórida.
"Isso vai ser catastrófico, porque, aqui, muitos prédios não estão preparados para ter um dilúvio de água como esse", disse à AFP Yanmara Suárez, em uma rua de Havana con água até o tornozelo.
Em outras ruas perto da costa, a água chegava até a cintura e inundou casas.
"Em 49 anos que vivo aqui é a primeira vez", disse Ernesto Loza, sentado na porta de casa, a qual, felizmente, está construída acima do nível atingido pela água.
"Sempre houve uma coisa do mar assim, mas nunca chegou a este limite, a este fenômeno", acrescentou.
As autoridades indicaram que os ventos atingiram 150 km/h em Havana, provocando ondas sem precedentes.
A presidente do Conselho de Defesa Nacional de Havana, Mercedes López Acea, disse à televisão nacional que "o mar avançou como nunca se viu".
Mercedes relatou quedas de árvores e galhos, assim como danos à rede elétrica. A maioria dos bairros da capital ficou sem luz no domingo de manhã. O sistema de distribuição de água e a rede telefônica por cabo também foram interrompidos.
Houve também "colapsos parciais, ou totais, de casas" na cidade e na província, acrescentou ela, ainda sem informações consolidadas.
O mar invadiu o emblemático Malecón de Havana, e a água penetrou algumas zonas da capital em mais de 500 metros.
Algumas pessoas se lançaram às águas para tentar chamar a atenção da Polícia e dos socorristas que patrulham a cidade.
As autoridades cubanas preveem que os efeitos do Irma continuarão sendo sentidos em Havana nesta segunda-feira.
O furacão castigou o centro de Cuba no sábado (9), pondo abaixo linhas de alta tensão, árvores e destelhando imóveis.
Segundo a imprensa estatal cubana, o furacão danificou "seriamente" o centro da ilha, com ventos de até 256 km/h.
As autoridades indicaram que mais de um milhão de pessoas foram retiradas de modo preventivo, incluindo os hotéis turísticos dos arredores da capital.
Alguns habitantes compararam o impacto de Irma ao de outros dois memoráveis furacões que arrasaram Cuba: Wilma, em 2005, e Kate, em 1985.
Não há confirmação de óbitos em Cuba, mas, até o momento, pelo menos 27 pessoas morreram na passagem do furacão pelo Caribe.