Cartaz em Buenos Aires contra os "fundos abutre": fundo NML Capital está pronto para negociar diretamente com o governo argentino (Alejandro Pagni/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2014 às 17h12.
Washington - O fundo NML Capital, que trava uma disputa contra o governo argentino pelos títulos em default desde 2001, está pronto para se reunir e negociar diretamente com o ministro da Economia do país, Axel Kicillof, adiantou nesta quarta-feira um alto executivo do grupo especulativo.
"Estamos prontos para nos reunir com o senhor Kicillof durante sua visita a Washington (na quinta-feira), e negociar sem pré-condições", afirmou Jay Newman, administrador de carteiras no Elliot Management, em um comunicado que a AFP teve acesso.
Kicillof estará quinta-feira na capital americana para discutir em uma reunião de chanceleres da Organização de Estados Americanos (OEA) sobre a batalha legal enfrentada pela Argentina contra os fundos especulativos.
"Estamos contentes de ver as notícias na imprensa indicando que a Argentina concordou com uma reunião na próxima semana em Nova York. Mas os contatos não precisam esperar até a próxima semana", disse Newman.
Durante uma visita às Nações Unidas na semana passada, Kicillof descartou reuniões diretas com representantes dos fundos litigantes, e informou que o país tem uma equipe legal de representação para esses contatos.
O governo argentino informou na terça-feira que participaria no dia 7 de julho de uma reunião com o advogado designado pela corte de Nova York para supervisionar as negociações com os credores, Daniel Pollack.
A Argentina depositou na quinta-feira passada o dinheiro para pagar os títulos reestruturados que venciam no dia 30 de junho, mas o juiz Thomas Griesa, de Nova York, bloqueou as transferências.
Se o pagamento não for feito até o fim do prazo de carência, em 30 de julho, a Argentina corre o risco de uma nova moratória.
Os fundos NML Capital, Aurelius, Blue Angel e outros 15 credores argentinos obtiveram do juiz Griesa uma decisão que os permite a cobrar os 100% da dívida em default desde 2001 pelo valor de 1,33 bilhão de dólares.
Esses fundos (que a Argentina chama de "fundos abutres") representam 7% dos credores. O restante, de 93%, aceitou a renegociação da dívida em 2005 e 2010.