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Fundação dará US$ 500 mil para estudos com maconha

Diversos grupos políticos e sociais do Uruguai protestaram desde que o Mujica se reuniu com o multimilionário George Soros, fundador da Open Society Foundation


	Maconha: Soros ofereceu a Mujica toda a ajuda possível para que o processo iniciado no Uruguai possa avançar com maior facilidade
 (Désirée Martin/AFP)

Maconha: Soros ofereceu a Mujica toda a ajuda possível para que o processo iniciado no Uruguai possa avançar com maior facilidade (Désirée Martin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 09h13.

Washington - A Open Society Foundation, do multimilionário George Soros, divulgou nesta quarta-feira que financiará com US$ 500 mil organizações não-governamentais e universidades do Uruguai que estudam o impacto da legalização do consumo de maconha no país.

"Nossa doação busca em apoiar esforços independentes de monitoramento e avaliação para construir a melhor evidência possível sobre o impacto da implementação da lei", disse à agência Efe Pedro Abramovay, diretor regional para a América Latina e o Caribe da fundação.

Diversos grupos políticos e sociais do Uruguai protestaram desde que o presidente José Mujica se reuniu em setembro, durante sua participação na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com o multimilionário George Soros, fundador da Open Society Foundations,e surgiu a ideia do estudo.

Soros ofereceu a Mujica toda a ajuda possível para que o processo iniciado no Uruguai possa avançar com maior facilidade diante da opinião, partilhada por eles, de que a política geral atual em relação às drogas não tem resultados positivos.

Abramovay explicou que a organização apoia a Fundação Friedrich Ebert/FESUR, que contratará um terceiro para realizar em março e abril uma pesquisa sobre o consumo de drogas no Uruguai.

"Esta será similar às enquetes feitas em últimos anos pela Junta Nacional de Drogas", acrescentou. "Acreditamos, dada a nova situação de legalidade, que esta próxima (pesquisa) nos dará um relatório mais fiel sobre o uso atual da maconha".


Segundo o porta-voz, a anterior, feita pelo Estado há dois anos, quando a venda e distribuição da maconha eram ainda ilegais e, portanto, a discussão pública da droga podia ter sido mais estigmatizada em alguns setores.

"Adicionalmente, apoiamos a Flórida International University e a Universidad Católica do Uruguai para que os pesquisadores façam uma pesquisa com os consumidores habituais de maconha", assinalou Abramovay.

"Na área da educação, apoiamos um novo diploma na Universidade da República, que será uma capacitação especializada e profissional em política de drogas e uma carreira especializada em políticas de drogas que fará parte do novo Mestrado em Políticas Públicas da Universidad Católica", continuou.

"Por último, demos um apoio inicial a ICEERS (Centro Internacional para Educação, Pesquisa e Serviço Etnobotânico) para a preparação de um ensaio clínico, atualmente em fase de projeto, que avaliará o uso da maconha para aliviar sintomas da retirada do uso de pasta base (de cocaína)", assinalou o porta-voz.

O ICEERS é um grupo sem fins lucrativos que informa sobre as qualidades terapêuticas de ervas tradicionais.

Este ano, a Open Society Foundation financiará com meio milhão de dólares "estes diversos esforços no Uruguai, fundos que se dirigem não ao governo, mas diretamente a organizações não-governamentais e universidades", disse Abramovay.

"Por exemplo, através da FESUR, apoiaremos algumas reuniões do comitê científico que ajudará a vigiar os sistemas de monitoramento e avaliação da implementação da lei da maconha".

"Em grande parte o trabalho deste grupo (que será composto por especialistas nacionais e internacionais) será ad honorem", acrescentou.

"Os assessores não farão só comentários sobre metodologia e ferramentas utilizadas na pesquisa com famílias da FESUR, mas também revisar e fazer comentários sobre os indicadores propostos pelo governo para medir o progresso da implementação da lei da maconha", concluiu. 

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