Vista aérea da usina nuclear de Fukushima: número de trabalhadores expostos a índices perigosos seria cerca de dez vezes maior que o apresentado em fevereiro pela Organização Mundial da Saúde (REUTERS/Kyodo)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 08h18.
Tóquio - Um total de 1.973 funcionários da central nuclear de Fukushima ficaram expostos a índices de radiação superiores a 100 milisievert anuais, o que aumenta o risco de incidência de câncer de tireoide, informou nesta sexta-feira o jornal "Asahi".
Desde o início da crise nuclear na usina, decretada em março de 2011, a operadora de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tecpo), realizou testes de radiação em 19.592 trabalhadores.
Os exames determinaram que quase 2.000 funcionários operaram em um ambiente com contaminação superior ao máximo estipulado pela Comissão Internacional de Proteção à Radiação (ICRP), que recomenda níveis de radiação abaixo da faixa 20-100 msv (milisieverts).
Segundo o jornal, a Tecpo oferecerá aos funcionários a possibilidade de realizar testes para medir o nível de contaminação interna do corpo.
O número de trabalhadores expostos a índices perigosos seria cerca de dez vezes maior que o apresentado em fevereiro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que falava em 178 funcionários nestas condições.
No final de maio, um documento elaborado pelo Comitê Científico sobre os Efeitos da Radiação Atômica (Unscear), da ONU, revelou que os níveis de radiação em Fukushima foram muito inferiores aos detectados no acidente de Chernobyl, em 1986.
O Unscear não espera um aumento de casos de câncer pelo desastre de Fukushima, principalmente devido à rápida evacuação da população após a catástrofe, o que teria reduzido em até dez vezes a possibilidade de casos da doença.
No entanto, a Unscear alertou para a necessidade de controlar a contaminação por iodo, que pode aumentar os casos de câncer de tireoide.