Manifestantes que ocupam a sede da TV estatal ERT se sentam ao lado de uma exposição de microfones da emissora, em Atenas, na Grécia (REUTERS / John Kolesidis)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 07h08.
Atenas - Os funcionários da emissora pública de rádio e TV da Grécia, "ERT", mantêm a sede central ocupada nesta sexta-feira pelo terceiro dia consecutivo e retransmitem sem permissão um programa informativo contínuo graças ao sinal facilitado por outros canais.
Os canais e plataformas que possibilitam esta transmissão decidiram ignorar a ordem do ministro das Finanças, Yannis Sturnaras, que em um e-mail os ameaçou ontem com sanções se não interrompessem este ato "ilegal".
Entre os veículos que estão retransmitindo a programação da "ERT" está o sinal fornecido pela União Europeia de Radiodifusão (EBU).
O anúncio de Sturnaras causou alvoroço não só entre os meios de comunicação e na oposição, mas dentro da própria coalizão governamental, cujos membros menores protestaram contra o fechamento da "ERT" e ontem pediram ao ministro que retirasse a ameaça de sanções.
Todos os meios de comunicação, tanto imprensa escrita como rádios e televisões, estão hoje em greve e a única informação que se divulga através de seus sites é o sinal da "ERT" e informações relacionadas com a emissora.
Sturnaras defendeu ontem com veemência a decisão "valente" de fechar a emissora pública para que se possa criar uma nova e afirmou que "não há modernização sem conflitos".
O ministro solicitou à Procuradoria de Atenas que averigúe todos os casos de corrupção na "ERT", onde durante anos se estabeleceu uma "casta" de profissionais com salários astronômicos amparada pelos governos de momento e pela recomendação dos partidos.
Um deputado do partido social-democrata Pasok, um dos três membros da coalizão governamental, lembrou ontem a Sturnaras que foi o seu partido que apresentou em 2011 um projeto de reforma da emissora sem que nenhuma atitude fosse tomada na época.