Oficiais observam entrada de túnel no qual o traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán fugiu, no México (PGR - Attorney Generals Office/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2015 às 10h35.
Cidade do México - Autoridades do sistema prisional mexicano devem ter colaborado com Joaquín "El Chapo" Guzmán, maior traficante de drogas do país, para permitir que ele escapasse de uma prisão de segurança máxima no fim de semana, disse o ministro do Interior do México, Miguel Ángel Osorio Chong.
Guzmán está sendo alvo de uma imensa operação de recaptura por parte da polícia, depois que escapou no sábado à noite da prisão de Altiplano por meio de um túnel subterrâneo de mais de 1,5 quilômetro, que ligava sua cela a um prédio abandonado, em um duro golpe para o presidente do México, Enrique Peña Nieto.
Guzmán "deve ter contado" com ajuda de funcionários da prisão para a fuga, disse Osorio Chong, acrescentando que demitiu o chefe do presídio de Altiplano e dois outros servidores do sistema penal.
"Não haverá descanso para esse criminoso", disse o ministro em entrevista coletiva na Cidade do México, prometendo recapturar Guzmán e rejeitando insinuações de que deveria renunciar ao cargo.
A procuradora-geral do México, Arely Gómez, disse que as autoridades vão oferecer 60 milhões de pesos (3,82 milhões de dólares) por informações que levem à prisão.
O ministro do Interior, que é a principal autoridade pública do México enquanto Peña Nieto está na França para uma visita de Estado, deu detalhes adicionais sobre a ousada fuga de Guzmán, sua segunda de um presídio de alta segurança em menos de 15 anos.
Embora o barão da droga estivesse sob constante vigilância de uma câmera de vídeo, havia dois pontos cegos onde, para proteger sua privacidade, não podia ser visto, disse Osorio Chong.
Durante a fuga, Guzmán se livrou de uma pulseira que somente ele e alguns outros presos de alta periculosidade têm de usar.
"El Chapo" foi um dos chefões do narcotráfico mais famosos do mundo, tendo comandado o poderoso Cartel de Sinaloa por muitos anos.
Em 2001, Guzmán subornou os guardas para ajudá-lo a escapar de um presídio perto da cidade de Guadalajara, onde ficou detido depois de uma prisão anterior, em 1993. Ele havia sido recapturado no noroeste do México em fevereiro de 2014.