Protestos pelo clima: há manifestações em todo o mundo para alertar sobre as mudanças climáticas (Maja Hitij/Getty Images)
Reuters
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 16h03.
Genebra — Mais de 1 mil funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram que a entidade global reduza sua pegada de carbono, inclusive através do corte de seus próprios benefícios diplomáticos, como voos na classe executiva e viagens gratuitas, mostrou uma carta obtida pela Reuters.
A ONU define a mudança climática como o "tema determinante de nossa época" e sediará uma cúpula sobre o tema em Nova York na semana que vem -- mas reformistas internos dizem em uma carta enviada ao seu secretário-geral, António Guterres, que a entidade precisa de mudanças mais radicais para colocar sua própria casa em ordem.
"Nosso compromissos precisam ser mais ambiciosos e ao menos tão concretos quanto aqueles dos Estados-membros da ONU e de participantes não partidários participando da Cúpula da Ação Climática da ONU", disse a carta, assinada por mais de 1 mil funcionários.
O texto foi organizado por um grupo chamado Jovem ONU, uma rede interna dedicada a fazer com que a organização incorpore os princípios que defende.
"Assim como Greta Thunberg acabou de navegar pelo oceano Atlântico e jovens de todo o mundo continuam fazendo greve todas as sextas-feiras, vamos olhar nosso próprio impacto e adotar medidas ousadas para combater a emergência climática", disse a carta, referindo-se à adolescente sueca que inspirou greves climáticas globais.
A carta também sugeriu que o funcionalismo deveria ser recompensado por abdicar da classe executiva, onde um assento espaçoso gera várias vezes mais emissões do que os da classe econômica.
As viagens representam quase metade das emissões da ONU, relevaram seus dados.