Homem carrega suprimentos pela neve na Albânia, onde milhares de pessoas estão isoladas por causa da neve em cidades, geralmente sem eletricidade (Gent Shkullaku/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 11h57.
Belgrado - O Danúbio congelado por centenas de quilômetros, milhares de pessoas isoladas pela neve, e um novo registro de 590 mortes. O frio glacial persiste na Europa e pode piorar neste fim de semana.
O tráfego fluvial no Danúbio foi interrompido devido ao gelo que se estende por centenas de quilômetros em Áustria, Hungria, Croácia, Sérvia e Bulgária, paralisando as atividades na principal via comercial navegável da Europa.
Nos 588 km do rio na Sérvia, os blocos de gelo cobrem até 100% da superfície com uma espessura de até 50 cm. As autoridades estimam que a navegação só poderá ser retomada depois de dez dias.
Em todo o continente, particularmente no leste, o frio continua a matar. Na manhã desta sexta-feira foram confirmados 590 mortos.
Na Ucrânia, onde as temperaturas podem chegar a 30 graus negativos no final de semana, as autoridades suspenderam novos registros diários sem explicação. Mas, até terça-feira, quando foi divulgado o último número de vítimas oficial, esse era o país da Europa mais afetado, com 135 mortes (112 mortes causadas diretamente pelo frio).
Na Polônia, o frio fez mais cinco novas vítimas, elevando para 82 o total de mortos desde o início da onda de frio, sem contar com as pessoas mortas sufocadas com monóxido de carbono ou em incêndios causados por sistemas de aquecimento defeituosos.
Na Rússia, onze pessoas morreram desde o início do mês em Moscou em incêndios provocados pela utilização de aquecedores com defeito. Em todo o país, o frio matou 46 pessoas desde o início de fevereiro.
O frio matou mais 24 pessoas na Lituânia, dez na Letônia, onde o número de incêndios bateu um nível recorde, e uma na Estônia.
Na República Tcheca, foram 25 pessoas mortas pelo frio. Para este fim de semana são esperadas temperaturas de 40 graus negativos nas montanhas e -25° em Praga.
Aos mortos, acrescentam-se mais 16 na Hungria e cinco na Eslováquia.
Na Romênia, mais 13 pessoas morreram na noite de quinta para sexta-feira, aumentando para 57 o número de mortos, enquanto cerca de 23 mil pessoas continuam isoladas no leste do país, com as estoques de alimento e água chegando ao fim.
Na Bulgária, onde o frio deixou 30 mortos em 10 dias e todas as escolas continuam fechadas, anunciou que vai interromper sua exportação de eletricidade, pois precisa de toda a sua capacidade para abastecer o próprio país, O país, um dos principais exportadores nos Bálcãs, exporta para Grécia, Sérvia, Macedônia e Turquia.
Nos Bálcãs, foram 37 mortos pelo frio.
Milhares de pessoas estão isoladas por causa da neve em cidades, geralmente sem eletricidade, na Sérvia, Croácia, Bósnia, Macedônia, Montenegro e Albânia.
Operações com helicópteros são realizadas na Bósnia e na Macedônia para abastecer com alimentos e medicamentos os moradores isolados e para transportar pessoas doentes para os hospitais.
Mais a oeste, a onda de frio matou cinco na Grécia, mais cinco na Áustria, quatro na Alemanha e um na Holanda.
Na França, a morte por hipotermia de pelo menos três idosos, entre eles um homem de 83 anos que deixou o seu carro bloqueado pela neve para tentar chegar em casa a pé, e a de dois moradores de rua em Paris elevam para 12 o número de mortos.
Na Itália, como previsto, a neve voltou nesta sexta-feira, moderada, mas provocando desespero, depois de uma tempestade de neve e temperaturas glaciais que fizeram pelo menos 45 mortos em dez dias.
Na capital é esperado 30 cm de neve. As autoridades se prepararam e distribuíram 4 mil pás, posicionaram 600 caminhões limpa-neve nas principais estradas e mil toneladas de sal.
No entanto, as pessoas continuam traumatizadas pela desorganização e o caos da sexta-feira e sábado, e armazenaram provisões para o fim de semana.
Em Hamburgo, na Alemanha, as pessoas estavam ansiosas com o frio: pela primeira vez em cinco anos, o maior festival de patinação da Alemanha acontecerá neste fim de semana no Aussenalster, lago fora da cidade que está coberto com mais de 20 cm de gelo.
As autoridades da cidade, que espera um milhão de visitantes, deram sinal verde, após verificarem que a camada de gelo é suficientemente sólida.