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Franco nega ruptura da ordem e diz que dará continuidade a projetos de Lugo

Franco fez a declaração durante a apresentação do relatório anual de gestão do governo em uma sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados

Federico Franco, presidente do Paraguai: novo governante nega ruptura da democracia (Norberto Duarte/AFP)

Federico Franco, presidente do Paraguai: novo governante nega ruptura da democracia (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 19h31.

Assunção, 1 jul (EFE).- Em seu nono dia como presidente, o líder do Paraguai, Federico Franco, negou neste domingo a 'ruptura da ordem democrática' em seu país e anunciou que dará continuidade a vários projetos que eram promovidos pelo destituído presidente Fernando Lugo.

Franco, vice-presidente de Lugo desde 2008, fez a declaração durante a apresentação do relatório anual de gestão do governo em uma sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados, marcada por um forte esquema de segurança.

O relatório é divulgado sempre em 1º de julho, coincidindo com a renovação dos quadros do Legislativo, que em 22 de junho destituiu Lugo do cargo, em um julgamento político, após declará-lo culpado por 'mau desempenho' de suas funções.

Reforma agrária, segurança, melhor qualidade da saúde e da educação, combate à pobreza, 'tolerância zero' à corrupção, e prisão de ladrões, traficantes e sequestradores são algumas das promessas de Franco para o que resta de seu mandato, que termina em 15 de agosto de 2013.

'Todos os programas sociais de educação e de saúde bem-sucedidos serão mantidos e outros serão criados para dar dignidade à vida dos mais necessitados', anunciou.


A nova Administração começa com a suspensão do Paraguai de blocos regionais como o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), decretada pelos organismos durante uma reunião realizada na sexta-feira em Mendoza (Argentina).

Franco ratificou hoje que as medidas são 'ilegais e ilegítimas' e disse que seu governo promoverá 'ações que têm o amparo do direito internacional'.

Tanto o Mercosul como a Unasul, onde foi denunciada a suposta ruptura da 'ordem democrática' no Paraguai e criticada a rapidez do processo de cassação de Lugo, informaram que as sanções serão mantidas até as eleições gerais no Paraguai, previstas para 21 de abril de 2013.

'O governo rejeita a acusação de que no Paraguai houve uma ruptura da ordem, o que não é coerente com a realidade tangível. As instituições democráticas se encontram em plena vigência no país e, por conseguinte, os direitos humanos são e serão rigorosamente respeitados', afirmou o líder.

'No país reinam a paz e a tranquilidade, e os direitos individuais e as garantias constitucionais estão plenamente vigentes', insistiu Franco, em contraposição à postura de Lugo, que não reconhece o atual governo e sustenta que foi vítima de um 'golpe de Estado parlamentar'.

'Percebo o apoio do Congresso Nacional, do Poder Judiciário, da Justiça Eleitoral, das instituições democráticas, da Igreja e de todo o povo', completou o governante.

Franco prevê receber na segunda-feira uma missão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada pelo secretário geral do organismo, José Miguel Insulza, que analisará a situação do país.

Franco disse estar convencido de que essa missão, que chegará a Assunção na noite de hoje, 'poderá comprovar que não existe essa ruptura nem ameaça de ruptura na ordem democrática'.

'O governo garantirá à missão da OEA todas as comodidades necessárias para o desempenho de suas funções. O mesmo será feito com as missões enviadas por outros organismos internacionais com os quais o Paraguai tiver ligação', ressaltou.

Finalmente, o atual presidente fez um apelo por união e ressaltou que seu 'maior desafio é arrumar a casa e entregar um país com governabilidade' quando acabar seu mandato.

O novo governo deverá enfrentar, além disso, a redução prevista da economia que, no primeiro trimestre de 2012, registrou uma retração de 2,6% do PIB pelo colapso das atividades agrícola e pecuária.

O Banco Central do Paraguai (BCP) detalhou em um relatório divulgado na semana passada que, assim, se confirmam suas previsões para o ano todo: uma queda média de 1,5% do PIB, diante do crescimento de 13,1% em 2010 e de 4,4% em 2011. EFE

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