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Franceses novamente protestam contra reforma trabalhista

Segundo uma pesquisa, 78% dos franceses consideram que existe "um alto risco de explosão social" na França


	Reforma trabalhista: segundo uma pesquisa, 78% dos franceses consideram que existe "um alto risco de explosão social" na França
 (Robert Pratta / Reuters)

Reforma trabalhista: segundo uma pesquisa, 78% dos franceses consideram que existe "um alto risco de explosão social" na França (Robert Pratta / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 11h40.

Trabalhadores e estudantes voltaram às ruas nesta quinta-feira na França para protestar contra uma reforma trabalhista que consideram muito favorável para as empresas, a poucos dias de um debate sobre o tema no Parlamento.

As manifestações desta quinta-feira acontecem em um clima tenso. Os últimos protestos contra a lei El Khomri, que leva o nome da ministra de Trabalho Myriam El Khomri, deram lugar a episódios de violência, apesar de uma importante mobilização policial.

Nesta quinta-feira, por volta do meio-dia, foram registrados confrontos entre manifestantes e forças de ordem em Nantes (oeste), pouco depois do início do protesto no qual participavam entre 8.000 e 9.000 pessoas, segundo a polícia, e mais de 20.000, de acordo com os sindicatos.

A manifestação em Paris estava convocada para as 14h00 (09h00 de Brasília) e previa cruzar a capital de sul a leste.

O dia de protestos é considerado um teste para medir a determinação dos opositores a esta última grande reforma do governo do presidente socialista François Hollande, quando falta apenas um ano para as próximas eleições presidenciais.

Retirar o projeto de lei

Devido ao fato de o protesto coincidir com as férias escolares, o número de manifestantes nas ruas pode ser menor que nos dias de mobilização anteriores.

Jean-Claude Mailly, secretário-geral do sindicato Força Operária, afirmou que a mobilização "não perde força, porque esta lei gera verdadeiros problemas".

Segundo uma pesquisa, 78% dos franceses consideram que existe "um alto risco de explosão social" na França.

Os manifestantes exigem a retirada desta lei, que consideram ser muito favorável para as empresas e um fator de precariedade trabalhista para os funcionários, especialmente os mais jovens.

A reforma inclui medidas que concederiam mais flexibilidade às empresas para contratar e demitir os trabalhadores, em uma tentativa de superar o desemprego que ronda 10% e que afeta principalmente os jovens (24%).

Além das manifestações em todo o país, também estavam previstas folgas parciais de trabalhadores, sobretudo nos transportes.

Estima-se que ocorrerão atrasos e alguns cancelamentos de voos nos aeroportos internacionais parisienses de Orly e Roissy, segundo a aviação civil francesa.

Este movimento de protesto começou em 9 de março e viu nascer no fim deste mês o movimento "Nuit Debout" ("Noite em Pé").

Este movimento que busca expressar seu descontentamento com a política tradicional parecia, no entanto, se estancar nos últimos dias.

Aos opositores à reforma trabalhista também se uniram os chamados "intermitentes do espetáculo" - profissionais deste setor na França que trabalham de maneira descontinuada - que atualmente mantêm negociações sobre seus seguros-desemprego.

Os intermitentes do espetáculo protestavam desde segunda-feira em frente ao teatro Odeón, em Paris, e estenderam seu movimento de ocupação de salas a outras cidades da França.

No entanto, chegaram nesta quinta-feira de madrugada a um acordo com a patronal, mas que ainda não foi assinado pelo sindicato majoritário entre os artistas e técnicos.

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