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Franceses continuam protestos nas vésperas de anúncio sobre Previdência

Nove linhas do metrô permanecem fechadas em Paris e apenas um quarto dos ônibus está em circulação

Reforma da Previdência: homem segura placa que diz "aposentadoria baseada em pontos = sem pontos" (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

Reforma da Previdência: homem segura placa que diz "aposentadoria baseada em pontos = sem pontos" (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 08h10.

O transporte público continuava com fortes perturbações nesta terça-feira (10), na França, no sexto dia de greve contra a reforma previdenciária, na véspera do anúncio final do projeto do governo.

Principais afetados pela greve dos transportes desde quinta-feira, os moradores da região de Paris deverão ter paciência. Nove linhas do metrô permanecem fechadas em Paris e apenas um quarto dos ônibus está em circulação.

O prolongamento da greve, que começou na quinta-feira, foi votado pelo menos até quarta-feira. "A semana está morta", resumiu Thierry Babec, da Unsa RATP, maior sindicato do metrô de Paris.

Em razão da grave dos controladores de tráfego aéreo, a Air France teve que cancelar 25% dos voos domésticos e 10% de médio curso.

Na SNCF (operadora ferroviário), com apenas 20% dos trens de grande velocidade operando, a situação será "difícil até o final da semana", segundo a operadora.

"Peguei um ônibus para ir trabalhar, ao invés do trem, como tenho feito nos últimos dias", explicou Marie-Cécile Durand, que mora na periferia de Bordeaux (sudoeste).

Na estação de Saint-Charles, em Marselha (sudeste), Slim, gerente de um quiosque, apoia o movimento, apesar dos prejuízos. "Minha família e amigos, todos trabalham, mas mesmo assim passam por dificuldades", diz ele, "portanto, se continuar difícil depois da aposentadoria, não será aceitável".

Para este novo dia de ação, escolas e creches também serão perturbadas, com uma taxa de adesão à greve de 12,5% nas escolas em média, 35% em Paris, de acordo com o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.

Mas é nas ruas que os sindicatos esperam fazer uma nova demonstração de força, depois de um dia de mobilização em 5 de dezembro que reuniu 800.000 manifestantes em toda a França, segundo o ministério do Interior (1,5 milhão segundo o sindicato SGC).

"Eu sei que a mobilização será forte, ainda mais forte do que as 800.000 da semana passada", disse na segunda-feira o secretário-geral do sindicato FO, Yves Veyrier.

"Esta terça-feira será a grande onda", acrescentou o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon.

A aposta: fazer com que o governo desista de implementar um "sistema universal" por pontos que substituiria os 42 atuais sistemas de previdência e criaria um sistema "mais justo", de acordo com o presidente Emmanuel Macron.

Aqueles que se opõem ao projeto, temem uma "precarização" para os aposentados.

Frédéric Sève, do CFDT, o único sindicato favorável a um sistema universal, "o essencial será disputado na quarta-feira" com os anúncios do primeiro-ministro Edouard Philippe.

O primeiro-ministro falará ao meio-dia e depois às 20h00 no canal TF1.

O jornal Les Echos acredita que o chefe de Governo apresentará um compromisso ao declarar a reforma para a geração nascida em 1973, ou mesmo em 1975.

Uma reunião final está marcada para terça-feira à noite no palácio presidencial, onde Emmanuel Macron reunirá os ministros envolvidos e os quadros da maioria.

Enquanto isso, está planejada uma reunião de vários sindicatos ao final da manifestação de Paris, que deve começar às 13h30 (9h30 de Brasília) e um novo dia de mobilização na quinta-feira "já está em reflexão", segundo os sindicatos CGT e FO.

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