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França volta a bombardear Iraque em dia de luto

Este é o segundo bombardeio da França desde 18 de setembro, quando o país ingressou na coalizão contra o grupo Estado Islâmico

O presidente francês participa de uma entrevista coletiva na sede da ONU (Alain Jocard/AFP)

O presidente francês participa de uma entrevista coletiva na sede da ONU (Alain Jocard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 15h28.

Paris - A França realizou nesta quinta-feira novos bombardeios no Iraque contra posições jihadistas, em um dia marcado pela emoção e pelo luto, após a decapitação de um refém francês que havia sido sequestrado na Argélia.

"Ocorreram ataques nesta manhã no Iraque", anunciou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll, após o conselho de ministros, que foi seguido de um conselho de defesa.

"Os aviões saíram para fazer uma missão de reconhecimento e durante seu percurso atacaram um alvo de oportunidade", ou seja, realizaram um ataque não programado, explicou o exército francês à AFP sem informar o tipo de alvo.

Este é o segundo bombardeio da França desde 18 de setembro, quando o país ingressou na coalizão contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Por sua vez, o exército americano realizou desde 8 de agosto cerca de 200 ataques.

Na França as autoridades decidiram reforçar as medidas de segurança nos lugares públicos e nos transportes e o presidente francês, François Hollande, anunciou que as bandeiras ondearão a meio mastro sexta-feira, sábado e domingo.

Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, foi sequestrado no domingo na Argélia quando fazia turismo e foi decapitado na quarta-feira após um ultimato dos jihadistas, que pediam o fim dos ataques franceses no Iraque.

Nesta quinta-feira o exército argelino seguia buscando ativamente o corpo do refém e indicou que deseja neutralizar o grupo Jund al-Khilafa, segundo uma fonte de segurança.

O grupo argelino Jund al-Khilafa (Soldados do Califado), que na quarta-feira publicou em um vídeo a decapitação do turista francês, jurou fidelidade ao EI.

Dignidade e discrição

A região onde Hervé Gourdel vivia, Saint-Martin-Vésubie, um pequeno povoado do sudeste da França, viveu um dia de luto e durante a noite está prevista uma marcha silenciosa.

Sua família pediu em um comunicado dignidade e reserva nas manifestações que serão organizadas nestes dias e solicitou que não sejam pronunciadas "palavras de ódio, de provocação ou políticas".

Segundo seus amigos, Gourdel era alguém simples que não teria gostado de se converter em um mártir internacional.

Já o presidente do conselho francês do culto muçulmano (CFCM), Dalil Boubakeur, pediu que os muçulmanos e seus amigos se reúnam na sexta-feira ante a mesquita de Paris para homenagear Gourdel.

A França é o país com a maior comunidade muçulmana da Europa (cerca de cinco milhões de pessoas).

A presidência francesa reafirmou sua vontade de seguir lutando contra o Estado Islâmico e de "intensificar seu apoio às forças da oposição síria que lutam contra os grupos jihadistas".

Ante o Conselho de Ministros, Hollande afirmou que a ação da França se baseia em três princípios: "a determinação, o sangue frio e a vigilância" diante da ameaça jihadista.

Já o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, afirmou nesta quinta-feira que a França pode efetuar ataques aéreos também na Síria, algo que havia descartado até agora.

"É uma questão que está sobre a mesa", disse à rádio RTL.

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