Polícia na frente do Arco do Triunfo durante confronto com manifestantes em Paris (Stephane Mahe/Reuters)
EFE
Publicado em 2 de dezembro de 2018 às 10h49.
Paris - O governo da França não descarta decretar o estado de emergência depois dos graves eventos ocorridos ontem em Paris, conforme comentou neste domingo o seu porta-voz, Benjamin Griveaux, que garantiu que "todas as medidas devem ser estudadas".
"É preciso pensar em todas as medidas que podem ser tomadas para evitar que estas manifestações gravíssimas de violência se reproduzam nas ruas" da capital, respondeu Griveaux ao ser perguntado pela emissora "Europe 1" sobre a possível instauração do estado de emergência.
O Ministério do Interior francês atualizou neste domingo os números de detidos durante toda a jornada de manifestações dos chamados "coletes amarelos", que resultou em 412 detenções em nível nacional e 133 feridos, dos quais 23 eram membros das forças da ordem.
Segundo a "Europe 1", sindicatos de policiais solicitaram ao governo que aplique a medida de exceção para evitar que as cenas de insurreição ocorridas em Paris, mas também em menor escala em cidades como Nantes, Toulouse e Marselha, se repitam na semana que vem, quando os "coletes amarelos" preveem fazer uma nova manifestação.
O governo se reunirá esta manhã no Palácio do Eliseu junto com o presidente Emmanuel Macron, que retornou da Cúpula do G20 em Buenos Aires.
Após ter conseguido estabilizar a situação na noite passada, em parte graças a uma forte chuva que dissuadiu os arruaceiros, os serviços públicos trabalham desde o início da manhã na limpeza da Praça Charles de Gaulle, onde fica o Arco do Triunfo, que foi pichado e teve o seu interior vandalizado.
As ruas paralelas à avenida Champs-Élysées também apresentam uma imagem desoladora com veículos e estabelecimentos comerciais queimados.
O movimento dos "coletes amarelos" surgiu há aproximadamente um mês de forma espontânea, sem filiação a nenhum grupo político e se organizou através das redes sociais para protestar contra um novo aumento dos impostos sobre os combustíveis, que o governo passará a aplicar em janeiro.
As reivindicações, no entanto, se ampliaram posteriormente, desde o aumento do salário mínimo até a renúncia de Macron.
Segundo o Ministério do Interior, entre os manifestantes estavam infiltrados até 3 mil indivíduos violentos procedentes de facções de extrema-direita e extrema-esquerda. EFE