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França e Mali mantêm ofensiva contra grupos islamitas

Os 2.000 soldados franceses que já estão mobilizados no Mali consolidaram suas posições em Niono e Sevare, pontos estratégicos centenas de quilômetros de Bamako

Um soldado francês patrulha um campo de pouso no norte do Mali (©afp.com / Fabio Bucciarelli)

Um soldado francês patrulha um campo de pouso no norte do Mali (©afp.com / Fabio Bucciarelli)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 05h43.

Diabali - O Exército francês, com apoio das forças armadas do Mali, entrou nesta segunda-feira Diabali e Duentza, duas cidades que estavam nas mãos dos islamitas, dando continuidade a sua ofensiva contra os grupos ligadas à Al-Qaeda que ocupam grande parte do Mali.

Os 2.000 soldados franceses da operação Serval que já estão mobilizados no Mali consolidaram suas posições em Niono e Sevare, dois pontos estratégicos centenas de quilômetros a nordeste de Bamako.

Nesta segunda-feira, após uma reunião extraordinária entre ministros, o governo anunciou a decisão de estender por três meses o estado de emergência, em vigor desde o dia 12 de janeiro, para "assegurar o bom desenvolvimento das operações militares para a libertação das regiões ocupadas do país".

De acordo com o governo, o estado de emergência também é necessário para "manter um clima social sereno".

Niono, 350 km a nordeste de Bamaco, está localizada a 60 km de Diabali, região tomada no dia 14 de janeiro pelos islamitas que, segundo o Exército malinense, foi abandonada em parte após os intensos bombardeios da aviação francesa.

Nesta segunda, uma coluna de cerca de trinta veículos blindados, na qual havia cerca de 200 soldados malinenses e franceses, entrou na cidade às 09h00 locais (07h00 de Brasília) sem encontrar resistência, indicou um jornalista da AFP que acompanha os militares.

O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, havia dito no domingo que Diabali ainda não tinha sido reconquistada. "Tudo parece indicar que a evolução de Diabali será positiva nas próximas horas", disse.

O Exército malinense patrulhou no sábado os arredores da cidade, onde a situação não é muito clara, segundo um oficial francês, que explicou que, "ao que parece, os combatentes rebeldes deixaram a cidade".

Por sua vez, um coronel do Exército malinense havia afirmado que uma "parcela da população de Diabali se uniu às teses jihadistas, razão pela qual devemos ser prudentes nas próximas horas".


Sevare, 630 km a nordeste de Bamaco, que dispõe de um aeroporto, é outra cidade-chave para o avanço das operações em direção às cidades do norte do país, como Timbuctu, Gao ou Kidal, ocupadas desde o fim de março de 2012 pelos grupos islamitas armados.

Várias fontes indicaram que os islamitas recuaram do centro do país em direção a Kidal, no extremo nordeste, a 1.500 km de Bamaco, perto da fronteira argelina. Kidal foi a primeira cidade do norte conquistada pelos rebeldes tuaregues do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA) e pelos islamitas que, posteriormente, expulsaram os tuaregues.

No domingo, novos países atenderam ao apelo por ajuda logística e financeira da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) para a mobilização da MISMA (Missão Internacional de Apoio ao Mali), que será composta por 5.800 militares de diferentes países da África.

O presidente da Comissão da Cedeao, Desire Kadre Ouedraogo, pediu à comunidade internacional que se mobilize para financiar a MISMA. Segundo ele, uma primeira avaliação situa as necessidades em "500 milhões de dólares".

O financiamento das operações da MISMA era avaliado até agora entre 199 e 266 milhões de dólares. A União Europeia (UE) decidiu participar com 66 milhões de dólares.

Cerca de 2 mil membros da MISMA serão mobilizados antes de 26 de janeiro, mas até agora só chegaram a Bamako cerca de 150 soldados.


No entanto, o presidente do Egito, Mohamed Mursi, expressou sua oposição à intervenção militar multinacional no Mali, alegando que a iniciativa "alimentará o conflito na região".

"Não queremos que seja criado um novo ambiente de conflito sangrento na África", disse Mursi durante um discurso pronunciado na abertura de uma cúpula econômica árabe em Riad, na Arábia Saudita.

O primeiro-ministro da Argélia, Abdelmalek Sellal, por sua vez, disse que seu país defendia a manutenção da integridade do Mali, mas adiantou que seu governo não enviará nenhum soldado para participar da força multinacional que tentará expulsar os rebeldes islamitas do Norte malinense.

No domingo, o grupo islamita Ansar Dine (Defensores do Islã), aliado da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), forneceu seu primeiro registro da guerra. O grupo, que afirma ter matado 60 soldados malinenses e ter derrubado dois helicópteros franceses desde 10 de janeiro, também reconheceu a perda de oito mujahedines.

As autoridades malinenses indicaram a morte de 11 soldados em combates ao redor de Konna, enquanto Paris havia anunciado o falecimento de um piloto de helicóptero.

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