Energia solar: objetivo é é arrecadar US$ 1 trilhão de financiamento (Yuzuru Yoshikawa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2015 às 16h49.
Paris - A França, em representação dos países ricos, e a Índia, como promotora da iniciativa, lançaram nesta segunda-feira uma aliança internacional dedicada à energia solar para que as nações desenvolvidas transfiram tecnologia e financiamento às nações mais pobres.
"Trata-se de justiça climática para todos os países da África e da Ásia porque a riqueza do amanhã virá das novas energias que se desenvolvem por todo o mundo, em particular da energia solar", declarou o presidente francês, François Hollande, durante a apresentação do projeto na Cúpula do Clima de Paris (COP21).
A aliança consistirá em uma "plataforma de cooperação entre os países desenvolvidos que dispõem de tecnologia solar e os que estão em vias de desenvolvimento situados entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio que querem desenvolver seu potencial no setor", segundo a declaração assinada por mais de 30 países, como Chile, Bolívia, El Salvador, Indonésia, Etiópia, Estados Unidos e Nigéria.
"Queremos levar energia solar a nossas casas e vidas, tornando-a mais barata e acessível e colaborando em pesquisa e financiamento para levar bilhões de pessoas à prosperidade", declarou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
O objetivo dessa rede global em favor de uma "vanguarda" de Estados que acreditam na energia solar - a aspiração é chegar a uma centena - é arrecadar "US$ 1 trilhão de financiamento necessário daqui a 2030 para a transferência de tecnologias adaptadas às necessidades específicas de cada país".
"Nossa ambição passa por assegurar a transferência de tecnologia e garantir que se consiga o financiamento necessário para alcançá-lo", acrescentou Hollande, acompanhado do ministro das Relações Exteriores francês e presidente da COP21, Laurent Fabius, e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
A declaração adotada, assinada também por Angola, Burundi, Holanda e Emirados Árabes Unidos, entre outros, ressalta que "a energia solar é a mais abundante das renováveis nos países do Sul, mas as tecnologias e o financiamento ainda são insuficientes".
Por isso, os signatários impulsionarão "esforços conjuntos" através de "políticas inovadoras, programas, projetos, medidas de reforço de suas capacidades e instrumentos financeiros", aos quais pedem que se somem empresas privadas e representantes da sociedade civil.
A aliança solar internacional buscará não só "reduzir o custo de financiamento e tecnológico do desdobramento imediato de instalações solares competitivas" nos Estados signatários, mas também "abrir vias a novas tecnologias de produção, de armazenamento e de fabricação de bens sobre a base da energia solar".
Além disso, será criado "um comitê internacional" para dirigir a iniciativa e fornecer "orientações, instruções e conselhos aos países interessados" em somar-se à proposta, que também é apoiada por empresas como Engie, JP Morgan, Schneider Electric e Areva.