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França defende cooperação com América Latina independentemente de acordo UE-Mercosul

A França reiterou em janeiro que se opõe à assinatura do acordo, para acalmar os protestos de agricultores franceses que o rejeitam

Diana Mondino declarou que não sabe se será possível “buscar algo ótimo, que deixe todas as partes felizes”, referindo-se ao acordo UE-Mercosul (mtcurado/Getty Images)

Diana Mondino declarou que não sabe se será possível “buscar algo ótimo, que deixe todas as partes felizes”, referindo-se ao acordo UE-Mercosul (mtcurado/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 07h30.

O chanceler da França se reuniu em Buenos Aires com o presidente argentino, Javier Milei, e defendeu a possibilidade de “um diálogo construtivo” e “cooperação” com a América Latina independentemente de um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, ao qual Paris se opõe.

Em sua primeira viagem à América Latina, o ministro Stéphane Séjourné foi recebido por Milei e pela chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, por cerca de uma hora, segundo uma fonte diplomática. Durante a reunião, foram abordados temas como a Ucrânia e o acordo em negociação entre a UE e o Mercosul, com o ministro insistindo em que a ausência de um tratado comercial "não feche as portas para outras coisas" em termos de intercâmbio e cooperação.

“A França se opõe à assinatura do acordo tal como ele está, porque já não responde às exigências do nosso tempo", explicou Séjourné, após um novo encontro com Diana. “As expectativas dos nossos concidadãos em matéria climática, ambiental e de saúde são legítimas e justas, e temos que trabalhar para cumpri-las e estar no nível das ambições que estabelecemos com os países do Mercosul”, acrescentou.

Oposição

A França reiterou em janeiro que se opõe à assinatura do acordo, para acalmar os protestos de agricultores franceses que o rejeitam.

Independentemente do acordo, "nossa cooperação com os países do Mercosul também é política, porque compartilham um DNA comum com a UE, que é a democracia, e estão ancorados de forma sólida e duradoura ao lado das democracias liberais”, insistiu Séjourné. "Encontraremos outros elementos de discussão, temos um trabalho bilateral tanto em cooperação quanto em investimentos”, ressaltou, acrescentando que acredita em “um diálogo construtivo fora desse acordo”.

Diana Mondino declarou que não sabe se será possível “buscar algo ótimo, que deixe todas as partes felizes”, referindo-se ao acordo UE-Mercosul. “Talvez, no fim, tenhamos que dividi-lo em várias partes pequenas."

Stéphane Séjourné, que morou na Argentina durante a juventude, irá se reunir amanhã com ministros argentinos e estará no Brasil na próxima quarta e quinta-feira, onde participará com colegas da reunião do G20 no Rio de Janeiro.

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