Agência de Notícias
Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 08h44.
O Ministério das Relações Exteriores da França anunciou nesta quinta-feira, 16, que convocou o encarregado de negócios da Venezuela e tomará "todas as medidas recíprocas que considerar necessárias" em resposta à decisão de Caracas de limitar o número de diplomatas franceses no país.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores francês afirmou que a convocação do encarregado de negócios, ocorrida na quarta-feira, é consequência "da decisão do regime venezuelano de reduzir o dispositivo diplomático da embaixada francesa na Venezuela".
“A França tomará em nível nacional todas as medidas recíprocas que considere necessárias” e está também em contato com os demais países europeus também afetados por essas limitações impostas por Caracas, que as justificou por “condutas hostis” e por apoio a "grupos extremistas", acrescentou a nota da chancelaria francesa.
Além disso, a pasta de Exteriores "rejeitou categoricamente as alegações de interferência" e insistiu que está "mantendo um diálogo com todas as partes para facilitar uma solução pacífica para a crise".
Nesse sentido, enfatizou que o trabalho de seus diplomatas "a serviço de importantes cooperações bilaterais, como no campo da segurança, cultura e assuntos humanitários, é realizado integralmente no âmbito das Convenções de Viena", que regulam a atividade diplomática e consular.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou na terça-feira que França, Holanda e Itália só poderão ter três diplomatas em suas respectivas embaixadas a partir de hoje, e que também precisarão de autorização por escrito para viajar mais de 40 quilômetros além da Praça Bolívar, em Caracas.
Tudo isso acontece em um contexto de atritos sobre a controversa posse de Nicolás Maduro na última sexta-feira para um novo mandato presidencial após as eleições de julho.
Na sexta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram a Maduro que retomasse o diálogo com a oposição para tornar possível "o retorno da democracia e da estabilidade".