Hackers: em 2017 foram detectados 700 ciberataques na França (supershabashnyi/Thinkstock)
EFE
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 13h01.
Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 13h01.
Paris - O Ministério da Defesa da França contratará nos próximos anos mil novos "cibersoldados", que se unirão aos três mil existentes, declarou o general que lidera o departamento de ciberdefesa (ComCyber), Olivier Bonnet de Paillerets, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira no jornal "Libération".
De Paillerets detalhou que em 2017 foram detectados 700 ciberataques, que vão desde "incidentes menores" até alguns "críticos", e afirmou que é preciso uma "verdadeira mobilização" para detê-los e identificar quem estava por trás deles.
O general evitou apontar se algum Estado ou Estados são responsáveis pelos ataques e se limitou a dizer que essa é uma questão "muito complexa" que representa um "desafio" para todos os países.
De Paillerets destacou que estão sendo preparados os meios para que a França possa ser uma "potência e uma ciberpotência", e por isso o Ministério da Defesa contará com 1,6 bilhões de euros nos próximos seis anos.
O CyberCom também é encarregado de combater casos de "desinformação", como a propaganda jihadista do Estado Islâmico (EI), explicou o general.
O militar insistiu que seu departamento não realiza uma contrapropaganda e se limita a "denunciar" a situação em um tempo "extremadamente curto".
No próximo dia 12 de fevereiro, o Secretariado Geral da Defesa e da Segurança Nacional (SGDSN) publicará um manual estratégico de ciberdefesa que revelará mais detalhes sobre a resposta aos ciberataques.
Também no plano digital, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou no início ano uma lei para lutar contra a proliferação de notícias falsas em períodos eleitorais, como as que ele mesmo sofreu durante sua campanha no ano passado.