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França busca aliados europeus para ativar veto ao acordo UE-Mercosul

A França tenta ativar veto europeu ao acordo Mercosul-UE, alegando impactos prejudiciais à agricultura local

Agricultores franceses temem impacto do acordo Mercosul-UE na produção local (mtcurado/Getty Images)

Agricultores franceses temem impacto do acordo Mercosul-UE na produção local (mtcurado/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 07h47.

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A França está trabalhando “ativamente” para reunir outros países europeus e ativar um mecanismo de veto que impeça a União Europeia (UE) de aprovar o acordo de livre comércio com o Mercosul. A França se opõe frontalmente ao acordo por considerá-lo muito prejudicial para seus agricultores.

A ministra da Agricultura francesa, Annie Genevard, afirmou nesta sexta-feira que o país tenta convencer o maior número possível de países a estabelecer esse dispositivo de veto, citando Bélgica, Bulgária, Áustria, Irlanda e “talvez Itália”.

Em entrevista à emissora France Info, Genevard destacou que o primeiro-ministro francês, Michel Barnier — que conhece os mecanismos internos da UE, pois já foi comissário europeu — está “trabalhando ativamente” no assunto. Nos próximos dias, ele deve discutir o tema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Possibilidade de acordo divide a União Europeia

Nas últimas semanas, a Comissão Europeia indicou que considera avançar com o pacto comercial, o qual está estagnado desde o acordo inicial em 2019. No entanto, Genevard queixou-se de que Von der Leyen pretende dividir o tratado em duas partes, para evitar que os parlamentos nacionais dos 27 países membros da UE tenham de debater e votar a proposta.

Quanto aos motivos da oposição francesa, a ministra afirmou que o acordo provocaria uma “concorrência totalmente desleal”, colidindo com as normas ambientais e sociais francesas e europeias e impactando diretamente “nossas próprias produções”.

Genevard mencionou que 27% dos produtos fitossanitários usados nos países do Mercosul são proibidos na UE, o que geraria uma competição desigual. Além disso, com o acordo, seriam exportadas do Mercosul 99 mil toneladas de carne bovina, 100 mil toneladas de frango e 100 mil toneladas de açúcar para a Europa, o que poderia saturar o mercado europeu.

Quando questionada sobre a oposição da França a qualquer tipo de acordo com o Mercosul ou especificamente ao assinado em 2019, Genevard deu uma resposta lacônica: “não sei”.

Objetivo francês: competição com igualdade de condições

Genevard acrescentou que qualquer negociação “não pode ser feita sob a forma de compensação financeira” para os agricultores, que, segundo ela, desejam apenas “produzir e competir com as mesmas armas”, referindo-se à busca por um mercado justo e equilibrado para os produtores franceses.

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