Doação de sangue: "É uma pequena mudança positiva, mas as condições demonstram que a discriminação segue vigente, é uma simples fachada" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2016 às 14h06.
Paris - A entrada em vigor de uma autorização para que homossexuais possam doar sangue se não tiverem mantido relações sexuais no último ano foi recebida nesta segunda-feira com ceticismo entre os que defendem o direito deste coletivo.
"É uma pequena mudança positiva, mas as condições demonstram que a discriminação segue vigente, é uma simples fachada. Esperamos que em um futuro as condições sejam iguais", disse o porta-voz da associação Le Refuge, que luta pela igualdade dos homossexuais.
A ministra francesa de Saúde, Marisol Touraine, tinha se comprometido em novembro a modificar a legislação que desde 1983 proibia os homossexuais a doarem sangue pelos riscos de contágio da Aids.
O questionário médico feito antes da doação foi modificado e agora as perguntas já não se centram na orientação, mas nos riscos ligados às práticas sexuais.
Deste modo, os homens que tenham tido alguma relação com outros homens poderão doar se o último contato tiver sido há mais de 12 meses. Para a doação de plasma, as autoridades pedem uma abstinência de quatro meses.
O Estabelecimento Francês do Sangue (EFS) estima que essa abertura relativa aos homossexuais permitirá conseguir cerca de 20 mil doações suplementares anuais, que se somariam às 3 milhões registradas todos os anos na França.