O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius: objetivo é "exigir do regime sírio que esclareça rapidamente seu programa de armas químicas", disse (Thomas Samson/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 09h31.
Paris - O projeto sobre a Síria que a França apresentará ao Conselho de Segurança da ONU é vinculante e prevê "o controle e desmantelamento" das armas químicas sírias, anunciou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
"A França vai propor hoje aos membros do Conselho de Segurança um projeto de resolução sob o capítulo 7, que autoriza o uso da força no caso de descumprimento das obrigações", disse Fabius à imprensa.
O projeto de resolução pretende "exigir do regime sírio que esclareça rapidamente seu programa de armas químicas, que o coloque sob controle internacional e que seja desmantelado", disse Fabius.
Também aspira a instrumentar "um dispositivo completo de inspeção e de controle de suas obrigações sob as diretrizes da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ)", acrescentou Fabius.
"Em função da aceitação destas condições precisas, julgaremos a credibilidade das intenções que foram expressadas", disse o chanceler francês.
Fabius destacou que a Rússia mudou de posição, o que provoca interesse, mas também prudência.
O presidente russo Vladimir Putin encontrou "uma porta de saída porque permanecer atado como uma rocha a Bashar al-Assad é muito pesado", disse.
"Recebemos a proposta russa com interesse e prudência. Interesse porque é a primeira vez que se produz esta abertura e isto talvez permita encontrar uma solução. Prudência porque se trata de uma mudança de posição russa e também porque praticamente é de difícil aplicação", completou Fabius.
Ao mesmo tempo, o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou que a pressão internacional, sobretudo de Washington e Paris, contra o regime sírio funcionou, depois da proposta da Rússia de colocar as armas químicas de Damasco sob controle internacional.
"É uma abertura. Precisa ser adotada e que o regime de Bashar al-Assad responda formalmente a ela, que se comprometa firmemente e que seja aplicada rapidamente", declarou o ministro.
Segundo ele, a proposta russa deve ser objeto de "uma resolução vinculante das Nações Unidas".
"A pressão internacional funcionou", disse o ministro.