Após atentados em Paris: "temos de organizar essa grande reunião sobre o clima, ao mesmo tempo as forças de segurança devem centrar-se no essencial" (Hannibal Hanschke/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2015 às 08h54.
A Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Clima, que será realizada a partir do dia 29 deste mês em Paris, vai concentrar-se nas negociações.
Os “concertos e iniciativas festivas” paralelas serão, “sem sombra de dúvida, canceladas”, disse hoje (16) o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
"Todos os chefes de Estado e de governo irão a Paris e vão levar uma mensagem ao mundo inteiro de apoio e de solidariedade com a França. Nenhum chefe de Estado, de governo, pelo contrário, nos pediu para adiar a sua vinda. Todos querem estar lá. Penso que seria o contrário de abdicar perante o terrorismo", afirmou Valls à rádio RTL.
"A França será a capital do mundo. Paris é a capital do mundo”, acrescentou.
"[A conferência] será, sem dúvida, reduzida à negociação. Toda uma série de concertos, de manifestações mais festivas vão ser canceladas", destacou.
"Nada deve ser feito que possa pôr em perigo pessoas que se manifestam em Paris. E como temos de organizar essa grande reunião sobre o clima, ao mesmo tempo as forças de segurança devem centrar-se no essencial", acrescentou.
Para Manuel Valls, "o encontro será uma grande mensagem de todo o planeta" e também a oportunidade de manifestar a vontade de lutar contra o radicalismo e o fanatismo.
No fim de semana, surgiram dúvidas sobre a realização da 21ª Conferência das Partes (COP 21, na sigla em inglês) da Convenção-Quadro da ONU sobre as Alterações Climáticas depois dos atentados de sexta-feira à noite em Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os atentados, que ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras. O presidente francês, François Hollande, classificou os ataques como "sem precedentes no país”.