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Fotografia falsa de Chávez gera protestos da Venezuela

"A embaixada venezuelana na Espanha denuncia a campanha (de difamação) do jornal", afirmou a representação diplomática em um comunicado


	Capa da edição desta quinta-feira do "El País":  falsa foto foi fornecida ao El País pela agência de notícias Gtres Online
 (AFP/ Dominique Faget)

Capa da edição desta quinta-feira do "El País":  falsa foto foi fornecida ao El País pela agência de notícias Gtres Online (AFP/ Dominique Faget)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 20h20.

Madri - A publicação equivocada, nesta quinta-feira, da fotografia de um homem entubado em um leito de hospital, identificado como sendo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, pelo jornal espanhol El País, gerou uma onda de protestos na Venezuela, que denunciou uma campanha de difamação contra o dirigente.

"A embaixada venezuelana na Espanha denuncia a campanha (de difamação) do jornal", afirmou a representação diplomática em um comunicado "rejeitando a campanha" que o jornal "vem desenvolvendo contra o presidente Hugo Chávez, a população e a democracia venezuelana".

A publicação "de uma foto de um paciente sendo entubado, fazendo acreditar que se tratava do presidente Chávez e vendendo-a como 'imagem exclusiva', demonstra a crueldade e a falta de ética na cobertura do El País sobre a Venezuela", acrescentou a mesma fonte.

O jornal se viu obrigado, nesta quinta-feira, a pedir desculpas depois de publicar em primeira página de sua edição impressa e na internet a foto de um homem entubado em uma cama de hospital, apresentada equivocadamente como uma imagem exclusiva do presidente Chávez.

A foto permaneceu cerca de meia hora no site do El País que a retirou em seguida.


"El País pede desculpas a seus leitores pelo prejuízo causado e abriu uma investigação para determinar as circunstâncias do que aconteceu e os erros que podem ter sido cometidos na verificação da foto", afirma o jornal em seu site.

A embaixada venezuelana insistiu que "esta foto já vinha sendo divulgada desde o início de janeiro (e desmentida várias vezes). A penúltima vez ocorreu há poucos dias, divulgada pelo então embaixador do Panamá na OEA (Organização dos Estados Americanos), que foi destituído, Guillermo Cochez".

A representação diplomática da Venezuela relembrou que no dia 21 de janeiro o jornalista venezuelano Walter Martínez "havia denunciado novamente a origem desta fotografia, referindo-se a um vídeo difundido por Cochez e explicando que se tratava de um trecho de um vídeo de 2008 publicado no YouTube de um paciente de 48 anos".

Assim como a embaixada venezuelana, o ministro da Informação da Venezuela, Ernesto Villegas, postou em sua conta no Twitter que a foto seria mesmo proveniente do vídeo de uma cirurgia de outra pessoa (um paciente com acromegalia, uma doença hormonal), tirada do YouTube.

A foto, comentou Villegas em outro tuite, é "tão grotesca quanto falsa".


O Twitter também foi o meio pelo qual a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, escolheu para manifestar a sua rejeição à foto e afirmar seu apoio ao governo de Chávez.

"Na primeira página de El País vi uma foto. Me corrijo, isso não é uma foto. É uma canalhice", tuitou nesta quinta a dirigente em sua conta @CFKArgentina.

A falsa foto foi fornecida ao El País pela agência de notícias Gtres Online, indicando que se tratava de Hugo Chávez, explica o jornal em uma nota publicada em seu site.

No texto que acompanhava a imagem, o jornal espanhol esclarecia que não havia conseguido verificar de forma independente as circunstâncias, o local ou a data na qual ela havia sido tirada.

"Depois de constatar que a imagem fornecida não correspondia a Chávez", o El País explicou que havia paralisado "a distribuição de sua edição impressa e começado a enviar uma nova edição aos pontos de venda".


"O incidente pode fazer com que a edição impressa do jornal com a data de hoje, quinta-feira, 24 de janeiro, não esteja disponível em algumas bancas, tanto na Espanha quanto no exterior", advertiu o El País.

O diretor do jornal concorrente El Mundo, Pedro J. Ramírez, afirmou também em sua conta de Twitter que havia recusado a mesma foto proposta por "uma agência" a um preço de 30 mil euros.

Procurada pela AFP, a direção do El País não comentou o caso, mas segundo uma fonte da redação, reinava nesta quinta uma "certa consternação".

O presidente venezuelano está hospitalizado há sete semanas em Cuba depois de ter sido operado de um câncer na região pélvica. Ele não apareceu em público ou fez declarações desde então, alimentando especulações sobre seu estado de saúde.

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