A fotógrafa Hilda Clayton, que registrou a explosão que tirou sua própria vida (U.S. Army/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 4 de maio de 2017 às 12h10.
Última atualização em 4 de maio de 2017 às 12h50.
São Paulo – Em uma fração de segundos, as chamas intensas da explosão de um morteiro foram registradas pelas lentes da fotógrafa Hilda Clayton. Nessa mesma fração de segundos, essa detonação foi também a responsável pela sua morte.
Hilda era fotógrafa do exército dos Estados Unidos quando perdeu a vida em 2 de julho de 2013 durante um treinamento com explosivos reais realizados no Afeganistão e que matou quatro soldados afegãos, incluindo outro fotógrafo que era treinado por ela. As duas fotos capturadas foram divulgadas nessa semana pelas forças armadas do país.
“Essa edição do Military Review (publicação oficial do exército) é focada em promover os conceitos de igualdade de gênero”, disseram os editores ao justificar a divulgação das imagens, ato visto como insensível por críticos, “e essas fotografias ilustram os perigos que nossos homens e mulheres enfrentam durante seus treinamentos e em combate”, continuou.
Nascida na cidade de Augusta (Geórgia, EUA), Hilda tinha 22 anos de idade e foi homenageada com um vídeo na ocasião da sua morte. A fotógrafa era admirada por seus colegas, que a descreveram como dedicada e guerreira. “Ela dava tudo de si, não importava qual era a tarefa”, disse um colega.
“As pessoas veem as fotos da infantaria que mostram homens chutando portas, mas nunca pensam na pessoa por trás das câmeras”, lembrou outro amigo da fotógrafa, “eles arriscam suas vidas tanto quanto os outros e também são heróis”.
A divulgação das imagens feitas pela fotógrafa, explicou o jornal britânico The Independent, só foi realizada depois da aprovação da família e de sua unidade. Hilda também foi honrada com uma competição militar que visa testar as habilidades de fotógrafos especializados nessa cobertura e que leva o seu nome: o prêmio Hilda I Clayton Best Combat Camera Competition.
Veja abaixo: