O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, defendeu a importância da região na política internacional (AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 17h23.
Paris - Ministros de Finanças latino-americanos e economistas internacionais destacaram nesta segunda-feira o papel da América Latina como novo motor econômico mundial mas ressaltaram a necessidade de aumentar a coordenação para aproveitar sua expansão.
No encerramento do 3º Fórum Econômico Internacional da América Latina e Caribe, os membros concordaram que é necessário ajustar as políticas macroeconômicas para manter o ritmo de crescimento.
Assim afirmou John Lipsky do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o qual "é preciso conduzir com cuidado esta fase de abundância no continente para assegurar que os lucros atuais com capital estrangeiro podem ser canalizados a longo prazo".
Dentre os presentes, participaram o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; o secretário mexicano de Fazenda e Crédito Público, Ernesto Cordero Arroyo; o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno; e o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría.
Para Santos, os países desenvolvidos e emergentes que compõem o Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) devem levar em conta esse novo papel latino-americano em sua agenda e "não menosprezá-lo.
Nesta segunda-feira, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cujo país exerce a Presidência rotatória do G20 e do Grupo dos Oito (G8, países mais ricos e Rússia), apresentou as prioridades durante seu mandato, e advogou pela reforma do sistema monetário internacional e dos mecanismos inovadores de financiamento do desenvolvimento.
"Europa é um destino para os produtos que exportamos e, na medida que a economia europeia se ressente, afeta à latino-americana", disse o ministro da Economia dominicano, Juan Temístocles Montás à Agência Efe após sua participação no painel "América Latina e o Caribe perante o programa do G20".
Por sua parte, Moreno sustentou que a educação, a mudança climática e as infraestruturas, "que têm uma conexão enorme com a produtividade", são temas que também devem fazer parte da agenda internacional.
Tal opinião foi compartilhada pelo ministro mexicano, país que ostentará a Presidência rotativa do G20 em 2012, que destacou que "o crescimento verde chegou para ficar" e é necessário canalizar os recursos e interiorizar essa política na agenda macroeconômica.
O fórum contou também com a presença do diretor da divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Mario Cimoli, segundo o qual "neste período de grande oportunidade para a região é preciso intervir com políticas adequadas".