Silvio Meira, engenheiro de software e cientista-chefe do CESAR deixou claro que inovação tem tudo a ver com sustentabilidade (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 15h31.
Rio de Janeiro - Você sabe como as novas tecnologias podem contribuir para um futuro melhor? “Uma das principais questões para se pensar como moldar o futuro de um mundo em crescimento populacional que exaure recursos é a inovação tecnológica”, falou ontem Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, durante a abertura do painel que discutiria Empreendedorismo Social e Tecnologias de Colaboração, no Fórum de Empreendedorimso Social, que é realizado no Forte de Copacabana.
Os debatedores apresentaram projetos que desenvolvem nas áreas de educação, transparência pública e produção colaborativa. Silvio Meira, engenheiro de software e cientista-chefe do CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife deixou claro que inovação tem tudo a ver com sustentabilidade, já que, por definição, ela significa mudanças de comportamento – seja individual ou em grupo. “E isso só vamos conseguir se o sistema educacional mudar”, complementou.
No CESAR, Silvio Meira cria redes sociais com jogos educacionais para estimular alunos do ensino fundamental e médio a estudarem. “O maior impacto que fazemos hoje é que centenas de milhares de alunos podem usar a sua linguagem no processo de aprendizado”, contou.
Para o futuro próximo, ele acredita que será necessário que todos aprendam a fazer programação de softwares. “Estamos sendo vendidos como mercadoria na internet e, enquanto não capturarmos esses dados de volta para a nossa propriedade, vamos continuar lidando com os mesmos desafios que temos hoje. Ou você aprende a programar ou será programado”, alertou.
Elle Miller, diretora da organização americana Sunlight Foundation, que desenvolve softwares livres para sites e aplicativos móveis que organizam e publicam informações públicas, mostrou como a transparência pode contribuir para um futuro melhor. “Nossa principal meta é a transferência de poder das poucas pessoas que têm informação para as muitas que não têm, mas que precisam desse poder para conseguir mais voz. O papel do empreendedor social é tirar proveito das novas tecnologias para traduzir essas informações para as pessoas se empoderarem”, aconselhou.
Trocar informações e experiências com pessoas de outra parte do mundo, através de uma rede global, também é uma forma de empoderar-se. Michel Bauwens, fundador da organização Peer to Peer*, destacou que a tecnologia pode ajudar na criação coletiva de produtos mais duráveis e mais eficientes do que os fabricados industrialmente. Desde técnicas de plantio até o protótipo de um carro elétrico, tudo pode ser compartilhado por uma rede global.
“O que conhecemos é um valor criado na esfera privada. Em um novo sistema, o valor é criado nos campos de compartilhamento de design e código, disponível para todos, no mundo todo”, sugeriu. Para ele, os empreendedores sociais podem criar um valor mais sustentável para o mercado.