O ex ditador Hosni Mubarak foi preso por suspeitas de corrupção (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 19h45.
Cairo - A fortuna do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e de sua família não coincide com o que declaravam à receita federal, revelou nesta segunda-feira um relatório do organismo de supervisão administrativa do Egito, segundo veículos de comunicação estatais.
O documento assinala que o membro da família Mubarak que reuniu a maior fortuna foi Alaa, o filho mais velho do ex-chefe de Estado, seguido pelo irmão Gamal, sua mãe Suzanne e o próprio ex-presidente, aponta a imprensa egípcia, sem fornecer números detalhados.
O relatório acrescenta que os Mubarak contam com vários palácios, fazendas, chalés e apartamentos de luxo em vários pontos do país.
A cidade turística de Sharm el-Sheikh, junto à costa do Mar Vermelho, é a que concentra o maior número de propriedades dos Mubarak, que também têm imóveis no Cairo, Alexandria e Fayed.
Além disso, a família Mubarak possui muitas terras que se somam a uma fortuna depositada em várias contas bancárias em libras egípcias, dólares e euros.
O documento foi entregue ao chefe do departamento do Ministério da Justiça para Ganhos Ilegais, Assem el Gohary, cujo organismo investigará o ex-governante e seus familiares.
Mubarak, que se está internado em um hospital, foi preso no dia 13 de abril em Sharm el-Sheikh junto com seus dois filhos, depois que a Procuradoria Geral ordenou a detenção dos três por 15 dias.
O pai e os dois filhos são acusados de abuso de poder e enriquecimento ilícito, assim como de estarem envolvidos no ataque contra os manifestantes durante a revolta popular que forçou a renúncia de Mubarak, em 11 de fevereiro e após quase três décadas no poder.
O ex-presidente, de 82 anos, foi hospitalizado em um centro médico de Sharm el-Sheikh após sofrer um ataque cardíaco durante um interrogatório.
Na sexta-feira passada, o procurador-geral determinou sua transferência a um hospital militar, cuja localização não foi divulgada.