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Após poderoso tufão Jebi, terremoto de 6,7 graus abala o Japão

Tremor acontece apenas dois dias depois da passagem pela região ocidental do Japão do tufão Jebi, o mais poderoso a tocar terra no país em 25 anos

Japão: um forte terremoto de magnitude 6,7 na escala Richter sacudiu na madrugada desta quinta-feira a ilha de Hokkaido (Japan Self-Defense Forces/Reuters)

Japão: um forte terremoto de magnitude 6,7 na escala Richter sacudiu na madrugada desta quinta-feira a ilha de Hokkaido (Japan Self-Defense Forces/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 09h37.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 10h00.

Tóquio - Um forte terremoto de magnitude 6,7 na escala Richter sacudiu na madrugada desta quinta-feira a ilha japonesa de Hokkaido e deixou pelo menos nove mortos e 31 desaparecidos, quando o Japão ainda tentava se recompor da devastação causada pelo tufão Jebi.

O terremoto surpreendeu os moradores da ilha às 3h08 (horário local, 15h08 de quarta-feira em Brasília), com epicentro a 40 quilômetros de profundidade ao leste da cidade de Atsuma, a mais afetada, onde foi registrada a maioria dos mortos, informou em entrevista coletiva o ministro porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga.

O tremor atingiu o nível 7 (o mais alto da escala sísmica japonesa, centrada em medir a agitação da superfície terrestre) neste município de 4.600 habitantes, e provocou deslizamentos que soterraram 20 de casas nesta região montanhosa.

Embora o governo central não tenha oferecido dados sobre o número de vítimas diante da grande "quantidade de informações confusas", as autoridades locais estimaram que há 300 feridos, segundo a emissora pública "NHK".

Cerca de 21 mil soldados trabalharam hoje nas operações de resgate, entre eles 4 mil membros das forças de Autodefesa, um contingente que o Executivo quer aumentar para 25 mil para impedir o maior número de vítimas possível.

"Nunca tinha visto um terremoto assim", disse um morador de 87 anos de Atsuma, epicentro do tremor, em entrevista à agência local "Kyodo", enquanto uma mulher relatou à televisão estatal seu desespero na escuridão da noite e a comoção ao ver o "inimaginável" cenário de destruição.

É a primeira vez que um terremoto em Hokkaido alcança tal intensidade desde que o país revisou sua escala sísmica em 1996.

O tremor deixou pontualmente a toda a ilha sem fornecimento de energia, enquanto 2,95 milhões de casas e estabelecimentos continuavam hoje sem luz vão tendo o serviço restabelecido progressivamente, indicou o porta-voz japonês.

O corte de energia foi causado pelo apagão automático da central térmica de Tomato, em Atsuma, que produz metade da eletricidade de toda a cidade.

O blecaute, o maior desde o grande terremoto de Hanshin, que em 1995 deixou 2,6 milhões de casas sem luz, também afetou 80 hospitais, os serviços de telefonia e de televisão.

O governo pediu à população que economize energia e solicitou ajuda às empresas elétricas Tokyo Electric Power e Tohoku Electric Power para disponibilizar geradores de emergência aos hospitais afetados, pois o restabelecimento total do serviço deve levar uma semana.

A usina nuclear de Tomari teve seu fornecimento de energia temporariamente interrompido e seu sistema de alimentação de emergência foi ativado para manter refrigerado o combustível atômico gasto e armazenado em piscinas, embora o órgão regulador nuclear japonês não tenha detectado anomalias nos níveis de radiação.

O terremoto também causou interdições de estradas, a suspensão de transportes ferroviários locais e o fechamento do novo aeroporto internacional de Chitose.

A agência meteorológica japonesa advertiu do risco de desabamentos e deslizamentos de terra, e da possibilidade de haver uma réplica do terremoto com intensidade similar na próxima semana, com maior probabilidade nos dois ou três dias posteriores.

Até o final da tarde de hoje foram detectadas 71 réplicas, algumas que superaram os 4 e 5 graus na escala Richter.

As autoridades pediram à população que permaneçam em alerta, pois a previsão é de chuva para amanhã e sábado.

O tremor acontece apenas dois dias depois da passagem pela região ocidental do Japão do tufão Jebi, o mais poderoso a tocar terra no país em 25 anos, que deixou 11 mortos e centenas de feridos.

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