Exército iraquiano: após um intenso bombardeio aéreo e com artilharia e foguetes Katyusha, o exército e os milicianos entraram depois do meio-dia na cidade (Ahmed Saad/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2015 às 14h34.
Bagdá - As forças iraquianas conseguiram nesta sexta-feira expulsar os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) da cidade de Al Dur, próxima à cidade de Tikrit, o principal alvo da ofensiva militar iniciada na segunda-feira.
Uma fonte de segurança da província de Saladino, cuja capital é Tikrit, informou à Agência Efe que nas operações para tomar o controle de Al Dur participaram tropas regulares e milicianos xiitas e tribais, respaldados pela aviação iraquiana.
Após um intenso bombardeio aéreo e com artilharia e foguetes Katyusha, o exército e os milicianos entraram depois do meio-dia na cidade, situada a apenas 25 quilômetros ao leste de Tikrit, e recuperaram um aeroporto próximo.
As tropas ainda têm que fazer frente a alguns pequenos focos de resistência por parte de jihadistas, mas a maioria dos combatentes do EI fugiram com suas famílias antes que as forças governamentais entrassem.
A fonte destacou também que foi içada a bandeira iraquiana nos edifícios governamentais de Al Dur, e que os artífices começaram a desativar as bombas colocadas pelos extremistas em casas e veículos.
Dezenas de corpos de jihadistas ainda estão em becos da cidade, que as tropas têm cercada totalmente para impedir a entrada de outros membros do EI.
Al Dur era um dos alvos prioritários da atual campanha, e já ontem fontes de segurança revelaram que as tropas se encontravam a três quilômetros ao leste da cidade.
As forças governamentais se preparam para invadir Tikrit quando terminaram as operações em Al Dur, "Alalam" e Al Buayil, todas ao leste da capital provincial.
A província de Saladino se caracteriza por sua importância estratégica ao fazer limite com outras sete regiões, ser a primeira produtora de trigo do país e ser sede da maior refinaria de petróleo do Iraque, além do túmulo do falecido ditador Saddam Hussein.
A escalada da violência nesta zona, sobretudo em Al Dur, forçou o deslocamento de cerca de quatro mil famílias, segundo anunciou há dois dias o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Estas pessoas buscaram refúgio no distrito de Samarra, também em Saladino, mas em mãos das autoridades, e necessitam de ajuda humanitária urgente, sobretudo comida, água e remédios.
Por enquanto, eles foram alojados em edifício públicos, mesquitas e imóveis inacabados, embora há planos para levantar dois campos de amparo para os deslocados internos.