Iraque: os extremistas estabeleceram uma linha de defesa reforçada ao norte do aeroporto da cidade (foto/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 12h42.
As forças iraquianas consolidavam nesta terça-feira as posições perto de Mossul, durante a ofensiva contra a zona oeste daquela cidade, principal reduto do grupo Estado Islâmico no Iraque.
No terceiro dia da ofensiva iniciada no domingo para reconquistar a parte oeste de Mossul, as tropas iraquianas e seus aliados expressavam otimismo sobre o resultado final do ataque.
Apoiadas por aviões e helicópteros, as forças governamentais se aproximaram da periferia sudoeste e do aeroporto, apesar da resistência dos combatentes do EI.
Um grande número de forças, incluindo a polícia federal, as forças de elite do ministério do Interior, as unidades de resposta rápida, além de soldados e paramiliatres, participam no ataque.
O general Abbas al-Juburi, das Unidades de Resposta Rápida, afirmou que o avanço "foi claramente um êxito obtido em tempo recorde".
"Estamos lutando casa a casa. Alguns (combatentes do EI) utilizam cinturões com explosivos", explicou à AFP.
Os extremistas estabeleceram uma linha de defesa reforçada ao norte do aeroporto, que protege principalmente a cidade antiga no centro de Mossul.
Esta é uma zona densamente urbanizada, por onde os tanques do exército iraquiano mal conseguem passar.
A conquista do aeroporto, fora de operação atualmente, e da base militar anexa permitiria o ataque à periferia sudoeste de Mossul, perto da margem do rio Tigre que divide a cidade.
Mais ao oeste, as milícias Hashd al-Shaabi (Mobilização Popular) reforçaram o cerco ao EI e avançaram até a estrada que liga Mossul e Tal Afar, cidade ainda sob controle dos extremistas.
A zona leste de Mossul foi "totalmente liberada" no fim de janeiro e conquistada três meses após a grande ofensiva militar iniciada em 17 de outubro para retomar completamente a cidade, a segunda maior do país, conquistada pelo EI em junho de 2014.
A operação iniciada no domingo para recuperar a zona oeste de Mossul recebeu o apoio do novo secretário americano de Defesa, Jim Mattis, que fez sua primeira visita a Bagdá desde que o presidente Donald Trump assumiu o poder.
Na parte oeste da cidade ainda restam "quase 2.000" extremistas, afirmou na segunda-feira uma fonte da inteligência americana, contra entre 5.000 e 7.000 antes do início da ofensiva em outubro.
Mas os analistas acreditam em uma resistência violenta dos jihadistas.
As forças iraquianas contam com o apoio aéreo da coalizão internacional antijihadista, que já utilizou mais de 12.000 munições contra o EI desde o início da operação em Mossul.
O comandante da coalizão, o general Stephen Townsend, deu a entender que a aliança permanecerá no Iraque mesmo depois do fim da batalha pelo último reduto do EI no Iraque.
"Não imagino que o governo iraquiano noe peça para deixar (o país) imediatamente depois de Mossul", declarou Townsend ao final da visita de Jim Mattis.
A situação de saúde no oeste de Mossul é pior a cada dia, especialmente após o fechamento, pelos extremistas, dos hospitais desta parte da cidade.
Um funcionário do hospital Al-Jamhuri confirmou a morte de três crianças de três a seis anos "por desnutrição e falta de medicamentos nos centros de saúde e farmácias". Ele teme outros falecimentos nos próximos dias.