Curdo: não será permitida a presença de soldados do regime ou de seus milicianos (Marwan Ibrahim/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2016 às 10h34.
Cairo - As forças curdas das Unidades de Proteção do Povo (YPG, sigla em curdo) e o regime sírio chegaram nesta terça-feira a um acordo de cessar-fogo na cidade de Al Hasaka, no nordeste da Síria, após uma semana de combates sem precedentes.
O acordo, divulgado pelas YPG e pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), estipula a retirada das forças governamentais da cidade.
Os bairros que estavam sob domínio do regime sírio e foram tomados pelos curdos durante os últimos dias ficarão sob a proteção das forças de segurança curdas Asayish, segundo o texto.
A polícia do regime, por sua vez, ficará responsável pela proteção do complexo de segurança no qual permanecerão representantes de departamentos governamentais.
Neste complexo, não será permitida a presença de soldados do regime ou de seus milicianos.
O acordo, alcançado graças à mediação de alguns locais notáveis, ainda não foi divulgado pelos veículos de imprensa oficiais sírios.
Os combates em Al Hasaka causaram dezenas de mortos e feridos entre os civis e combatentes de ambos os lados em uma semana, segundo o OSDH.
Essa ONG informou anteriormente que as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança curdo-árabe, tinham tomado entre ontem e hoje o controle de cinco aldeias perto de Al Hasaka, que estavam sob controle de milicianos do regime sírio.
Ontem, as forças curdas assumiram o controle de 90% de Al Hasaka, incluídos os bairros de Al Nashua e Güiran - palco de enfrentamentos nos últimos dias - e a prisão central da cidade.
Os curdos e as forças governamentais se enfrentaram em diversas ocasiões durante a guerra da Síria, mas o regime não tinha usado sua aviação para bombardear as posições dos curdos até última quinta-feira, quando o fizeram em Al Hasaka.
As principais localidades curdas da Síria são Kobani e Afrin, na província noroeste de Aleppo, muito próximas da fronteira com a Turquia, além de Al Jazeera, na província de Al Hasaka, e Tel Abiad, na de Al Raqqa, no nordeste do país. EFE