Mosul: forças iraquianas disseram que os Estado Islâmico atirou contra moradores em fuga (Alaa Al-Marjani/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 18h20.
Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 18h24.
Erbil, Iraque/Bagdá - Forças iraquianas fizeram os combatentes do Estado Islâmico recuar ainda mais em Mosul nesta terça-feira num esforço renovado para tomar a cidade no norte do país e dar um golpe decisivo no grupo militante, apesar do avanço ser lento em alguns distritos, disse o Exército do país.
As forças iraquianas e os seus aliados capturaram vilas e cidades ao redor de Mosul e tomaram pelo menos dois terços dos distritos orientais, disseram os militares, alcançando a margem leste do rio Tigre pela primeira vez no domingo.
O governo inicialmente esperava retomar Mosul até o fim de 2016, mas três meses depois do início da campanha apoiada pelos Estados Unidos os militantes controlam o território a oeste do Tigre.
O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, disse em dezembro que levaria mais três meses para expulsar os militantes de Mosul, a maior cidade sob o controle do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Civis feridos devido aos confrontos foram levados para hospitais da região, e forças iraquianas disseram que os Estado Islâmico atirou contra moradores em fuga e bombardearam áreas povoadas depois de perderem o controle sobre elas.
Jens Laerke, porta-voz para temas humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que quase 700 pessoas haviam sido levadas para hospitais nas áreas controladas pelos curdos nos arredores de Mosul na semana passada, e mais de 817 precisaram de tratamento hospitalar na semana anterior.
"O número de vítimas permanece extremamente alto, particularmente perto das linhas de frente", afirmou ele à imprensa em Genebra.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que cerca de 50 pacientes feridos por dia chegaram no setor de emergência em Erbil nas últimas duas semanas. Esse número previamente era 32 por dia.
A retomada de Mosul depois de mais de dois anos de controle do Estado Islâmico significaria provavelmente o final do autodeclarado califado do grupo no lado iraquiano.