Os rebeldes disseram que Assad está retirando algumas tropas das províncias para proteger a capital (SANA/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 12h08.
Amã - Forças do governo sírio lançaram foguetes contra o sul de Damasco nesta segunda-feira, numa investida que ativistas de oposição qualificaram como bombardeio indiscriminado para impedir o avanço dos rebeldes que tentam depor o presidente Bashar al-Assad dos subúrbios da classe trabalhadora para o centro da capital.
Segundo ativistas, foi o pior bombardeio em 40 dias de ofensiva com ataques aéreos e artilharia com a finalidade de reverter os ganhos dos insurgentes que operam a partir dos bairros muçulmanos sunitas, na periferia de Damasco.
"Jatos de combate atingiram alvos rebeldes específicos ontem. Hoje, os múltiplos lançamentos de foguete só estão causando uma enorme e indiscriminada destruição", disse Rami al-Sayyed, do Centro Sírio de Mídia, uma organização ativista de oposição que monitora a repressão de Assad à revolta, que já dura 20 meses.
Oposicionistas disseram que os foguetes e as bombas caíram em Hajar al-Aswad, al-Tadamun, e al-Qadam, áreas de onde grande parte da população fugiu à medida que passavam ao controle do grupo rebelde Exército Sírio Livre. Não há de imediato informações sobre vítimas.
Os rebeldes também disseram que Assad está retirando algumas tropas das províncias para proteger a capital.
Muitos milhares de pessoas já morreram no conflito, que assume cada vez mais a proporção de guerra civil entre a vertente muçulmana alauíta, uma ramificação xiita à qual pertencem a família de Assad e seu entorno, e os muçulmanos sunitas, que compõem a maioria da população.
Falando por telefone de Damasco, Sayyed disse que o bombardeio tinha como objetivo impedir que os rebeldes, os quais vêm concentrando forças na periferia sul de Damasco, avancem na capital.
O bombardeio também visa proteger uma base militar perto de Hajar al-Aswad, na qual normalmente se abrigam milhares de refugiados pobres das Colinas do Golã, ocupadas por Israel.