A Chevron é a segunda maior companhia petrolífera dos Estados Unidos (Justin Sullivan/EXAME.com)
Vanessa Barbosa
Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 16h49.
São Paulo – Reação exagerada. É com esses termos que a revista americana Forbes classifica a indenização de R$ 20 bilhões de reais exigida ontem pelo Ministério Público como compensação dos danos ambientais e sociais causados pelo vazamento de petróleo na Bacia de Campos, que se estende por mais de um mês.
Em artigo publicado em seu site, a revista diz que o vazamento no poço de Frade, operado pela Chevron, nem de longe se compara à maré negra ocorrida no Golfo do México, em abril de 2010, após a explosão da plataforma Deep Horizon, da BP. O texto destaca que, diferentemente da tragédia americana, o derramamento no Rio de Janeiro não afetou a costa fluminense e também não deixou feridos.
A reportagem não questiona a autoridade do governo brasileiro de fiscalizar e punir as ações das petroleiras que atuam aqui. “É claro que o Brasil pode penalizar a Chevron e outras companhias por vazamentos, não podemos culpar o país de querer manter a praia de Ipanema limpa”, diz um trecho. No entanto, ressalva que uma “reação tão punitiva” pode atrapalhar os desejos do país de construir uma expansiva indústria de petróleo offshore.
Segundo a Forbes, em teoria, nenhuma empresa de extração vai querer assumir o risco de perfurar em águas brasileiras sob chances de levar multas pesadas e de valores extrapolantes. De acordo com o texto, analistas da Tudor, Pickering & Holt, divulgaram hoje que os ativos da Chevron no Brasil somam 4,2 bilhões de dólares, bem menos do que o MPF exige.
A matéria também critica a suspensão das atividades da Chevron no país e a possibilidade de expulsão da empresa amerciana e da contratada Transocean. “Se o Brasil afugenta os melhores operadores do negócio, será necessário um longo tempo até que a Petrobras seja capaz de lidar com todos os campos de petróleo offshore por conta própria”.