Hidrelétrica: ampliação da potência instalada poderia habilitar a hidrelétrica a disponibilizar mais energia nos horários de pico --fim da tarde e início da noite--, quando a demanda do sistema atinge seu ápice. (Miller/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 17h16.
Brasília - O governo federal está analisando uma possível expansão da potência da hidrelétrica de Três Irmãos, a ser executada pelo vencedor do leilão de concessão da usina que deve ocorrer nos próximos meses, disse uma fonte do governo a par do assunto.
A ideia seria instalar mais três turbinas na usina localizada em São Paulo, cada uma de 160 megawatts (MW), elevando sua potência dos atuais 800 MW atuais para algo em torno de 1.280 MW.
O aumento da potência, entretanto, não mudaria a chamada "energia assegurada", de 217,5 MW médios, que é a quantidade de energia que a usina pode garantir ao sistema, dadas as condições de seu reservatório de água, ressaltou a fonte do governo federal.
Mas a ampliação da potência instalada poderia habilitar a hidrelétrica a disponibilizar mais energia nos horários de pico --fim da tarde e início da noite--, quando a demanda do sistema atinge seu ápice.
Atualmente operada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), a usina teve sua concessão vencida em 2011. Como a Cesp não aderiu no ano passado ao plano de renovação condicionada proposto pelo governo, a concessão da usina será retomada e relicitada nos próximos meses. .
Enquanto isso, a Cesp segue operando Três Irmãos e vai sendo paga de acordo com as novas regras da renovação das concessões, que eliminaram a remuneração dos ativos amortizados.
Segundo o presidente da Cesp, Mauro Arce, essa remuneração pela energia de Três Irmãos foi recentemente fixada pelo governo em 29 milhões de reais anuais. Mas, como a usina deverá ser devolvida em breve pela Cesp, o pagamento será proporcional ao tempo em que ela continuar sendo operada pela estatal paulista.
Arce confirmou que a usina tem capacidade técnica para receber mais três turbinas. "Nós avaliamos que essa expansão custaria cerca de 700 milhões de reais", disse Arce à Reuters, em entrevista por telefone. Ele ressaltou, entretanto, que não foi informado sobre planos de colocar a expansão em prática.
Na avaliação do presidente da Cesp, a viabilização dessa eventual ampliação dependeria das conduções que serão oferecidas aos investidores que assumirem a usina.
"Tem de ver como será a remuneração dessa ampliação, se vão remunerar o investimento ou pelo menos reembolsá-lo. Vai depender de a proposta ser aceita por quem participar do leilão", disse.
Segundo a fonte do governo federal, se o investimento for efetivamente autorizado, ele deverá ser remunerado, nos mesmos moldes do que é feito hoje com as melhorias executadas pelas empresas de transmissão de energia elétrica.
Mas, segundo essa mesma fonte, ainda não está definido se a eventual ampliação de Três Irmãos constará do edital do leilão da usina.
A própria Cesp não tem descartado a hipótese de participar do leilão de Três Irmãos, mas aguarda a definição das condições da licitação para tomar uma decisão.