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"Foi um erro voltar a me candidatar", afirma Evo Morales

O ex-presidente boliviano disse que foi um equívoco "assumir a proposta do povo" e aceitá-la "com base na decisão do Tribunal Constitucional"

Evo Morales: o ex-presidente, que está exilado na Argentina, defende o resultado nas urnas apesar da polêmica gerada pela forma como ocorreu a apuração (Maxim Shemetov/AFP)

Evo Morales: o ex-presidente, que está exilado na Argentina, defende o resultado nas urnas apesar da polêmica gerada pela forma como ocorreu a apuração (Maxim Shemetov/AFP)

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EFE

Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 15h12.

Berlim — O ex-presidente boliviano Evo Morales declarou em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal alemão "Zeit" que "foi um erro" se candidatar à reeleição no último pleito realizado na Bolívia.

De acordo com Morales, foi um equívoco "assumir a proposta do povo" e aceitá-la "com base na decisão do Tribunal Constitucional".

"Mas o povo havia decidido, e eu aceitei a proposta para (tentar) um quarto mandato (consecutivo como presidente) dentro da Constituição. Deveria ter recusado a proposta, mas ganhamos a eleição no primeiro turno", argumentou.

Morales, que está exilado na Argentina, defende o resultado nas urnas apesar da polêmica gerada pela forma como ocorreu a apuração, que foi interrompida e retornou com um salto nos números do então presidente, que acabou virando sobre o opositor Carlos Mesa.

"Não houve fraude. A Organização dos Estados Americanos (OEA) incendiou a Bolívia com o relatório eleitoral", comentou o ex-governante, em alusão às irregularidades eleitorais denunciadas pela entidade.

Na opinião de Morales, seu partido, Movimento para o Socialismo, pode se impor nas próximas eleições, previstas para 3 de maio, mas advertiu que desta vez "pode haver fraude eleitoral".

Morales também disse que pretende retornar à Bolívia antes do pleito, para participar da campanha, apesar dos riscos. "Eu não esperava a violência gerada, o fascismo e o racismo", argumentou, ao explicar que renunciou ao cargo "para evitar a pena de morte".

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