Venezuela: País tem diversos protestos em meio a crise política (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 16h10.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira (24) que se guiará pela comunidade internacional para reconhecer oficialmente o governo da Venezuela, após a autoproclamação do chefe do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino para buscar a saída do mandatário Nicolás Maduro.
"Venezuela: estamos acompanhando de perto esta situação de evolução rápida", tuitou o porta-voz do FMI, Gerry Rice.
Para o Fundo, "a comunidade internacional guia o reconhecimento oficial, e nós nos guiaremos por isso", acrescentou.
"A Venezuela enfrenta muitos desafios, e esperamos que possam ser bem resolvidos pelo bem do povo venezuelano", concluiu.
#Venezuela: Estamos siguiendo de cerca esta situación de rápida evolución. Como siempre, la comunidad internacional guía el reconocimiento oficial y nos guiaremos por eso. Venezuela se enfrenta a muchos desafíos y esperamos que puedan resolverse por el bien del pueblo venezolano.
— Julie Kozack (@IMFSpokesperson) January 24, 2019
Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se comprometeu nesta quarta, diante de uma multidão de seguidores, em Caracas, a seguir o mandato da Constituição e liderar um governo de transição, que organize novas eleições e tire Maduro do poder, cujo segundo mandato, iniciado em 10 de janeiro, considera "ilegítimo".
Sua juramentação foi seguida por uma série de reações internacionais, a maioria de apoio, embora a ONU tenha pedido um "diálogo" para evitar um "desastre".
Os Estados Unidos lideram o respaldo a Guaidó, junto com cerca de países americanos, entre eles Brasil, Colômbia e Argentina.
Rússia e China, bem como Cuba e Bolívia, se mantiveram leais a Maduro.
A União Europeia (UE) pediu para o povo venezuelano ser escutado.
A Venezuela, que obtém 96% de suas receitas do petróleo e reduziu a produção da commodity ao seu mínimo em 30 anos, está mergulhada em uma crise econômica e política que, segundo a ONU, obrigou 2,3 milhões de pessoas a deixarem o país desde 2015.
Em suas previsões publicadas em outubro, o FMI projetou uma contração da economia venezuelana de 18% em 2018, com uma inflação que atingirá 10.000.000% este ano.
Rice confirmou na quinta-feira passada que o governo venezuelano finalmente forneceu dados econômicos ao FMI e que a informação estava sendo revisada para verificar se ela atende aos requisitos. Ele disse que a diretoria do Fundo se reunirá para discutir a questão "nas próximas semanas".
A Venezuela, membro do FMI desde 1946, não recebe visitas técnicas da instituição financeira multilateral desde 2004 para a revisão de suas contas, conforme previsto nos estatutos do Fundo.