Manifestantes protestam contra o sistema internacional em Nova York (Michael Nagle/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2011 às 10h39.
Washington - O Fundo Monetário Internacional anunciou nesta terça-feira que reduziu consideravelmente sua previsão de crescimento para os Estados Unidos, e exortou as autoridades desse país a tomar as medidas necessárias para reduzir a dívida pública e apoiar a recuperação.
O crescimento da maior economia do mundo chegará apenas a 1,5% em 2011 e a 1,8% em 2012, indica o FMI em suas últimas Previsões Econômicas Mundiais (WEO, siglas em inglês), divulgadas antes das assembleias da primavera (hemisfério norte), realizadas esta semana.
O PIB americano havia aumentado 3,0% em 2010, mas "a atividade econômica perdeu velocidade" e a redução do ritmo "foi mais forte do que o previsto", indica o Fundo, que previa até agora um crescimento de 2,5% nos Estados Unidos em 2011, e de 2,7% em 2012.
De todos os países do Grupo dos Sete (G7, nações industrializadas), os Estados Unidos foram o que sofreu a revisão para baixo de seu crescimento mais expressiva. Segundo a organização internacional, o crescimento dos Estados Unidos será inferior ao da média dos países desenvolvidos.
As taxas projetadas são muito inferiores à última previsão do governo americano, que anunciou este mês um crescimento de 2,1% em 2011 e de 3,3% em 2012.
Em outras palavras, se as previsões do FMI se concretizarem, o crescimento será notoriamente insuficiente para reduzir a elevada taxa de desemprego, que persiste há dois anos, e que oficialmente situou-se em 9,1% em agosto.
De acordo com o FMI, Washington deve estabelecer como "prioridade absoluta" um programa orçamentário que permita ao país colocar a dívida pública em um nível viável a médio prazo e apoiar a recuperação a curto prazo.
Levando-se em consideração que o risco consiste em uma deterioração da conjuntura, Estados Unidos e Europa "podem voltar a cair em recessão" se os poderes públicos não tomarem as decisões necessárias, considera o Fundo.
Para a organização internacional, o Fed (Banco Central dos Estados Unidos) "deveria estar disposto a aumentar o apoio monetário já feito por vias não convencionais" para que o pior seja evitado.