Os países mais afetados pelo vírus ebola pediram ajuda nesta sexta-feira durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), também abertas a discutir "lições" da América Latina para se adaptar a um ritmo econômico mais moderado.
Os presidentes de Libéria, Guiné e Serra Leoa, três países castigados com mais de 10.000 mortes pela doença, reuniram-se em Washington, que acolhe as reuniões do FMI e do Banco Mundial, para fazer um pedido de ajuda emergencial.
"Precisamos desses fundos imediatamente, não queremos esperar até julho", disse o presidente guineense Alpha Condé, referindo-se à próxima conferência de doadores das Nações Unidas.
Os três países pedem à comunidade internacional que desenvolva um "Plano Marshall" de 8 bilhões de dólares para reanimar suas economias, devastadas, e erradicar a doença.
"O Plano Marshall foi resultado de uma guerra. O ebola foi como uma guerra para nossos países", afirmou Condé, durante conferência com líderes das Nações Unidas, do Banco Mundial e do FMI.
De acordo com a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a quantia levará os três países - que compõem ao lado da Costa do Marfim a União do Rio Mano - a um nível mais sustentável de crescimento, e a construir sistemas de saúde que possam impedir uma epidemia semelhante.
"Isso é pedir demais? Nós dizemos que não, porque a União do Rio Mano pode ser uma força formidável para a recuperação da sub-região", rebateu Johnson Sirleaf.
Na reunião, o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim, anunciou uma contribuição de 650 milhões de dólares ao longo dos próximos 12 a 18 meses para Libéria, Guiné e Serra Leoa, um montante adicional ao 1 bilhão de euros já autorizados pelo organismo para combater a epidemia.
Reformas inadiáveis
As reuniões continuaram também as discussões sobre as "lições" que a América Latina pode aprender com o encerramento do ciclo de alta das commodities e um retorno a uma fase de crescimento muito moderado.
Para Alonso Segura, ministro da Economia do Peru - um país que teve 16 anos de crescimento contínuo, com média anual de 6% na última década - talvez a lição mais importante seja a necessidade de reformas.
"Eu acho que a principal lição é que para avançar é necessário abrir mão de alguma coisa. Isso, ou vamos continuar com as reformas para cobrir as diferenças criadas pelo rápido crescimento, ou cresceremos menos", garantiu Segura.
A maioria dos países da região "tiveram um forte vento de cauda, e obviamente este já não é mais o caso", disse o oficial.
Para avançar as reformas, os países da região devem ter paciência para conseguir "consensos políticos ou sociais, mas eu acho que é o único caminho a seguir", comentou.
O painel, que contou com a presença de representantes do Banco Mundial para a região, discutiu um relatório da organização publicado nesta sexta-feira, no qual insiste que os países latino-americanos não sigam procurando crescimento em fatores externos.
"Enquanto o boom das commodities esvazia e as autoridades norte-americanas têm em vista um possível aumento nas taxas de juros, os países da América Latina e do Caribe podem prestar atenção aos motores internos para manter o crescimento", ressaltou o relatório.
Cada país deve considerar qual "combinação de reformas" o convém mais para manter o crescimento e reduzir a pobreza e, adicionalmente, manter o equilíbrio fiscal, concluiu o documento.
A região acumula quatro anos de desaceleração econômica, e de acordo com o Fundo Monetário Internacional registrará um insignificante 0,9% em 2015, antes de recuperar ligeiramente esta taxa para 2,0% em 2016.
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1. Saúde precária
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1/27 (Thinkstock)
São Paulo – Impulsionado pelas péssimas condições da
saúde pública em países da
África, o surto do
Ebola que atinge a África Ocidental devastou especialmente dois países,
Libéria e
Serra Leoa. Após meses de tensão nestes locais, o vírus
finalmente começa a reduzir o ritmo de contágio. Em relatório divulgado nesta semana, a entidade
Save The Children avaliou 72 países e revelou uma alarmante constatação: existem cerca de 25 locais nos quais o sistema de saúde pública é mais precário que nestes assolados pelo Ebola e que estão, portanto, ainda mais
vulneráveis ao surgimento de epidemias violentas. Libéria e Serra Leoa estão, respectivamente, em 29º e 27º neste ranking, bem à frente de países estruturados economicamente, como a Nigéria (3º) e a Índia (18º). Quanto mais alta for a posição de um lugar, pior é o seu sistema de saúde. Para classificar os lugares, a
ONG investigou o desempenho de cada um deles em seis categorias: o número de profissionais da saúde, os gastos do governo com a saúde, a percentagem de partos com assistência profissional, a percentagem de imunização da população, a mortalidade neonatal e a proporção de partos com assistência entre a população rica e a pobre. Confira nas imagens.
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2. 1º Somália
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3. 2º Chade
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3/27 (Mark Knobil/Flickr/Creative Commons)
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² A cada 1.000 partos com vida
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4. 3º Nigéria
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5. 4º Afeganistão
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5/27 (Reuters)
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6. 5º Haiti
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6/27 (HECTOR RETAMAL/AFP)
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7. 6º Etiópia
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8. 7º República Centro-Africana
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9. 8º Guiné
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10. 9º Níger
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11. 10º Mali
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12. 11º Guiné-Bissau
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13. 12º Moçambique
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14. 13º Laos
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15. 14º Togo
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16. 15º Sudão
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16/27 (Reuters)
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17. 16º Paquistão
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17/27 (Getty Images)
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18. 17º Camarões
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18/27 (Reprodução/Reuters TV)
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19. 18º Índia
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19/27 (Chandan Khanna/AFP)
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20. 19º Eritreia
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21. 20º Bangladesh
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22. 21º Zâmbia
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22/27 (Simon Bruty /Allsport)
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23. 22º Iêmen
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23/27 (Getty Images)
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24. 23º Papua-Nova Guiné
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24/27 (Chris Hyde/Getty Images)
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25. 24º Nepal
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25/27 (Reuters/Navesh Chitrakar)
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26. 25º Lesoto
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27. Agora veja os países mais perigosos para mulheres
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