Com a renúncia de Strauss-Kahn, abriu-se uma disputa pela sucessão do organismo (Getty Images/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2011 às 23h52.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta sexta-feira que começa na próxima segunda "um procedimento aberto, baseado no mérito e na transparência" para escolher, no dia 30 de junho, o novo diretor-gerente do organismo, após a renúncia do francês Dominique Strauss-Kahn.
"O prazo de candidaturas começa no dia 23 de maio e termina em 10 de junho", indicou o FMI em comunicado assinado por Shakour Shaalan, membro do Conselho Executivo da instituição.
"Os candidatos deverão ter uma distinta trajetória na gestão de políticas econômicas ao mais alto nível", acrescenta a nota.
Por enquanto, o organismo multilateral é dirigido pelo atual número 2, o americano John Lipsky, como parte do protocolo de funcionamento após a renúncia de Strauss-Kahn, que se encontra sob prisão domiciliar nos Estados Unidos, acusado por tentativa de estupro contra uma camareira de um hotel de Nova York.
Uma vez recebidas as candidaturas para a liderança do FMI, que devem ser apresentadas por um governador ou diretor-executivo da instituição, o Comitê Executivo tornará pública uma lista com três candidatos.
Se o número de aspirantes propostos for superior a três, o FMI manterá "em segredo" os nomes dos pré-selecionados até indicar um trio, "de acordo com o sistema de cotas de voto do Fundo" e no prazo máximo de sete dias. Posteriormente, o Conselho Executivo de 24 membros se reunirá com esses três candidatos em Washington, onde fica a sede do FMI.
Em seguida, o principal órgão do FMI se reunirá "para discutir as forças dos candidatos e fazer uma seleção".
"Embora o Comitê Executivo do FMI possa selecionar o próximo diretor-gerente por maioria de votos, o objetivo é completar o processo de seleção do diretor-gerente por consenso para 30 de junho", concluiu a nota.
Com a renúncia de Strauss-Kahn, abriu-se uma disputa pela sucessão do organismo. Países como Espanha, Alemanha, França, Itália e Holanda, além da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), manifestaram interesse de que o Fundo continue liderado por um cidadão europeu.
Um acordo de cavalheiros firmado ao fim da Segunda Guerra Mundial sempre garantiu a chefia da instituição a um cidadão europeu, deixando a liderança do Banco Mundial a cargo de um americano.
No entanto, o crescente peso global dos países emergentes pôs em xeque esse privilégio. O mundo em desenvolvimento exige agora mudanças em um sistema que considera defasado.