O FMI teme que a mudança no fluxo de capitais possa trazer problemas para emergentes, como o Brasil (EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2011 às 14h14.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu aos países emergentes nesta quarta-feira sobre a volatilidade dos mercados financeiros.
Segundo o fundo, a volatilidade persistirá e os emergentes enfrentam o "risco de mudanças bruscas de tendência", após dois anos sendo inundados de capital, conforme o relatório bienal de Estabilidade Financeira publicado pelo fundo.
"Nos mercados emergentes, a interrupção repentina do fluxo de capitais ou o aumento dos custos de financiamento poderiam debilitar os bancos locais", explicou o texto do FMI.
Os bancos dos países emergentes se beneficiaram até agora da entrada massiva de capitais, mas seus fundos poderiam sofrer "uma redução de até seis pontos percentuais em um cenário pessimista", advertiu o texto.
Os bancos na América Latina são mais vulneráveis ao fluxo cambial, enquanto que os bancos da Ásia e as economias emergentes da Europa são mais sensíveis aos aumentos dos custos de financiamento, disse o fundo.
Também nesta quarta-feira, o FMI pediu que a zona do euro utilize seu fundo de emergência para recapitalizar os bancos mais frágeis, que sofreram perdas de 200 milhões de euros desde o início da crise da dívida.
A Itália, diz a análise, encontra-se numa etapa crucial se a zona do euro quiser cortar o efeito de contágio da crise.
Os bancos europeus acumularam até 200 bilhões em perdas potenciais, explicou o diretor do Departamento de Mercados Monetários e Capital do FMI, José Viñals.
A zona do euro criou em maio de 2010 o chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), destinado inicialmente a proporcionar liquidez aos Estados em dificuldades.
Ante a amplitude da crise, que obrigou Portugal, Irlanda e Grécia a pedirem ajuda a seus sócios europeus e ao FMI, os líderes europeus disseram em 21 de julho que esse fundo também tinha capacidade de comprar dívida desses Estados nos mercados e de financiar os países que precisassem.
Contudo, apenas os parlamentos de França, Bélgica, Luxemburgo e Itália aprovaram a reforma.