Apoiadores do líder opositor Juan Guaidó em protesto a favor da entrada de ajuda humanitária, em fevereiro (Carlos Jasso/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de abril de 2019 às 17h19.
Os diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) afirmaram, nesta quinta-feira, estar prontos para ajudar a Venezuela, mas explicaram que não podem fazer isso até que os membros dos dois organismos decidam qual governo reconhecem em Caracas.
A legitimidade do governo da Venezuela está em xeque desde janeiro, quando o líder opositor Juan Guaidó desafiou a autoridade do presidente Nicolás Maduro, em meio a um agravamento da crise econômica e humanitária no país sul-americano.
A diretora-gerente do FMI, a francesa Christine Lagarde, e o novo presidente do BM, o americano David Malpass, expressaram sua "grande preocupação" diante da situação na Venezuela em duas coletivas de imprensa no âmbito das reuniões de primavera (boreal) das instituições, que ocorrem nesta semana em Washington.
"Cabe aos nossos membros indicar qual autoridade eles estão reconhecendo diplomaticamente para que possamos seguir adiante", disse Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, em uma coletiva de imprensa no início das reuniões de primavera da instituição e do Banco Mundial, em Washington. "Isso está em andamento enquanto falamos, com vários membros. Assim que isso acontecer, nós daremos seguimento."
Tanto o FMI como o BM estão esperando o posicionamento da comunidade internacional, e portanto de seus países-membros, para um possível reconhecimento de Guaidó, que conta com o apoio de mais de 50 países, entre eles Estados Unidos, as principais nações da União Europeia e o Brasil.
Mas Maduro, que assumiu em 10 de janeiro, um segundo mandato até 2025 após eleições questionadas, continua sendo presidente no poder, com apoio interno dos militares e externo - particularmente da Rússia e da China.
A questão do reconhecimento de um ou outro "não é decidida pelo Banco, mas por seus acionistas", afirmou Malpass, prometendo que o BM se envolverá para atender a "crise humanitária". "As pessoas já não conseguem se alimentar", afirmou.
Em sintonia, a diretora do FMI disse: "Estamos realmente muito, muito preocupados com a crise humanitária que está se desenvolvendo diante de nossos olhos na Venezuela", disse, indicando que o FMI espera ser "guiado" por seus membros.
"Depende deles indicar qual autoridade reconhecem diplomaticamente para que possamos agir", insistiu Lagarde. "Assim que fizerem isso, vamos agir", acrescentou.