Turistas em Nova York: estrangeiros têm evitado os EUA por boicote em retaliação ao tarifaço e também por temor de detenções em aeroportos após relatos de tratamento rude por agentes da imigração (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 15 de abril de 2025 às 13h03.
Última atualização em 15 de abril de 2025 às 13h08.
A economia dos Estados Unidos deve perder bilhões de dólares em receitas em 2025 devido à queda no turismo estrangeiro e a boicotes a produtos americanos, somando-se a uma lista crescente de obstáculos que mantêm elevado o risco de recessão.
As chegadas de não cidadãos aos EUA por via aérea caíram quase 10% em março em relação ao ano anterior, segundo dados publicados na segunda-feira pela Administração de Comércio Internacional. O Goldman Sachs Group Inc. estima que, em um cenário pessimista, o impacto este ano da redução das viagens e dos boicotes pode totalizar 0,3% do Produto Interno Bruto, o que equivaleria a quase US$ 90 bilhões.
O turismo estrangeiro tem sido um fator positivo para os EUA nos últimos anos, à medida que o fim das restrições da era da pandemia de Covid impulsionou uma retomada das viagens internacionais. Mas muitos potenciais visitantes estão repensando seus planos de férias em meio ao aumento da hostilidade nas fronteiras, às crescentes tensões geopolíticas e à incerteza econômica global.
Um deles é Curtis Allen, um videomaker canadense que cancelou uma viagem de férias aos EUA após o presidente Donald Trump impor tarifas punitivas ao seu país e sugerir que o Canadá deveria se tornar o 51º estado americano. Allen e sua parceira já fizeram várias viagens de acampamento ao Oregon ao longo dos anos, mas este ano vão viajar pela Colúmbia Britânica.
— Não é que vamos ficar em casa — disse Allen, de 34 anos. — Vamos gastar o mesmo dinheiro, só que em outro lugar.